O sentimento no Fluminense após o empate em 2 a 2 com o Grêmio, sexta, no Maracanã, pela 32ª rodada do Campeonato Brasileiro, foi de revolta. Isso porque a equipe foi grosseiramente prejudicada pelo árbitro de São Paulo Matheus Delgado Candançan. Além de ter dado um acréscimo excessivo que permitiu ao time do Sul arrumar um pênalti já no fim, encheu o time tricolor de cartões, causando várias suspensões para o próximo jogo (frente ao Inter). Tal atuação fez o presidente Mário Bittencourt falar, inclusive, em má intenção. Mais comedido, Mano Menezes também criticou. O técnico tricolor citou uma lista de erros do homem do apito na partida.
Mano destacou o exagero nos cartões para apenas um lado, a falta de entendimento em relação à irritação dos jogadores pelo pênalti nos acréscimos e também apontou para o fato de Reinaldo, que fez o gol de empate gremista no fim, ter solado Jhon Arias já com cartão e não ter recebido outro.
— A arbitragem foi muito rigorosa com os cartões, porque o árbitro também tem que entender o momento da marcação da penalidade máxima se colocar no lugar dos jogadores. Já aconteceu um lance anterior, que foi muito absurdo, o cartão amarelo de Kauã, por exemplo, que não foi no decorrer das reclamações da penalidade máxima. Kauã estava sendo substituído, e tinha um jogador caído. E ele quis que Kauã saísse do lado de lá do campo. Ora, se tem um jogador caído, não faz diferença nenhuma se Kauã sai do lado de lá ou sai do lado de campo. Ele não está retardando o jogo, mas é aquela coisa da orientação. Ele se preocupa mais com a orientação de cumprir rigorosamente a orientação de captar bem. Porque se ele se apitasse bem, ele tinha visto a falta em Kauã no primeiro tempo, que foi escandalosa na entrada da área. Kauã girou em cima do zagueiro e ia entrar na área, e isso ele não viu. Para isso, eles são bons, mas para outras coisas, eles não são tão bons assim, que é tão óbvio que todo mundo viu. Então acho que tem que apitar o jogo para o jogo, quando você merece, quando você passa do ponto, quando você faz uma falta grave, aí você aplica o cartão – disse, complementando:
— Mas eu acho que ele não entendeu que é um lance aos 40, 50 minutos de jogo, que isso geralmente causa um tipo de comportamento que ele poderia administrar da mesma maneira como ele administrou, por exemplo, a solada que Reinaldo deu em áreas já com o cartão amarelo e ele não aplicou nada. Várias coisas ele administrou no jogo, você tem que administrar também, porque isso faz parte de uma boa arbitragem, mas teve outros jogos, por exemplo, que foram muito rigorosos com a gente. Se não me engano, o jogo que ganhamos do Cruzeiro, tomamos sete cartões amarelos num jogo que foi limpo, bem jogado, porque o árbitro também não era tão experiente a ponto de saber conduzir. Quando você pega um árbitro mais experiente, um árbitro mais rodado, ele sabe entender esses momentos e sabe dar tranquilidade ao jogo. Ele nunca deu tranquilidade ao jogo e aí terminou assim dessa maneira.
Na partida, o árbitro ainda expulsou Felipe Melo, que estava no banco, causando a ira do zagueiro tricolor, que chegou, inclusive, a dizer que o Fluminense estava sendo roubado.