Quantos talentos no futebol se perdem por excessos fora do campo? Muitos são os casos. Ex-jogador do Fluminense nas décadas de 1980 e 1990, Eduardo afirma, inclusive, ter perdido a chance de jogar a Copa do Mundo de 90 por conta disso. O ex-lateral-esquerdo reconhece o gosto pela noitada na época.
– Eu vinha sendo convocado. Na época da convocação para a Copa de 1990, eu fui cortado. Justamente por gostar de farra, noitada. Eu não joguei uma Copa do Mundo por isso – disse.
A Copa não foi a única coisa que Eduardo perdeu. Ele desperdiçou também a chance de ir jogar num grande clube de Portugal.
– Na época, o Benfica veio para me contratar e também o Ricardo Gomes. Mas, quando eles viram a minha cartilha, perceberam que estava toda errada (risos). Aí levaram só o Ricardo Gomes, que ficou muitos anos na Europa e ganhou o dinheiro dele – recorda.
Chateado por não ter ido à Copa, Eduardo admite que chegou a comemorar a eliminação da seleção brasileira diante da Argentina nas oitavas de final.
– Estava no clube vendo o jogo, tudo lotado, e quiseram me bater. Quando o Caniggia fez o gol, o único que vibrou fui eu. O pessoal queria me matar (risos). Muita gente não sabia o motivo para eu ter feito aquilo. Mas os meus amigos e até a minha ex-esposa que estavam comigo na época sabiam o motivo. Fiz porque eu sabia que tinha condições de estar lá. Mas é aquilo, eu não tinha uma conduta de jogador de futebol – confessa, sem esconder também a mágoa por ter sido preterido pelo técnico Sebastião Lazaroni.
– Às vezes eu não sei se eu estou certo, se eu estou errado. Mas eu te falo que a mágoa tem, cara. Se for analisar certinho, se tem um cara que é mais correto, anda na linha, não faz as mesmas coisas que você, não é nem melhor do que você dentro das quatro linhas, mas isso vale para a comissão. Eu tenho mágoa.
Eduardo começou a ser convocado em 1987, quando se destacava no Fluminense. Jogou o Pré-Olímpico naquele ano.
Atualmente, o ex-lateral-esquerdo trabalha nas divisões de base do Friburguense.