(Foto: Divulgação - BSC)

Na quinta-feira, o Fluminense abrirá a série das quartas de final da Copa Libertadores contra o Barcelona de Guayaquil, no Maracanã. Em entrevista ao site ge, jornalistas equatorianos avaliaram o que o Tricolor pode esperar na partida. Comentaram sobre o momento da equipe, características e mais.

Ramon Morales, da “Gol TV”, Silvia Meneses, da “Radio Caravana”, e Joaquín Saavedra, da “Direct TV” falaram ao portal. Confira os tópicos abordados:

 
 
 

Como é o momento do Barcelona de Guayaquil?

Morales:
Barcelona chega muito bem, sem grandes novidades ou surpresas. Mastriani foi ganhando a titularidade há alguns jogos, mesmo antes da lesão de Garcés, e é um bom cartão de visitas ofensivo, um jogador completo dentro e fora da área. O conjunto amarelo está em segundo lugar na classificação da segunda etapa do torneio local, só com menos saldo de gols do que o líder. Vem de cinco vitórias seguidas entre Libertadores e o Campeonato Nacional. Neste torneio, é o time que menos sofreu gols e o segundo que mais marcou.

Silvia: O campeonato aqui acabou de começar a segunda etapa, e o Barcelona está liderando junto do Independiente del Valle com nove pontos e 100% de aproveitamento. E também teve oportunidade de dar mais minutos a jogadores reservas que vinham pedindo passagem. Então, até por esta rodagem do elenco, o Barcelona chega com um bom nível de jogadores, como Perlaza, Mastriani, Cortéz, Martínez… Creio que passa por isso o bom momento que está vivendo o clube.

Saavedra: Barcelona chega brigando pelo primeiro lugar da segunda etapa do torneio local e deixou muito boa impressão contra o Vélez no Monumental. Um jogo que foi difícil, mas que com algumas mexidas conseguiu avançar. Tem um bom plantel e um bom banco de reservas com jogadores que protegem bem a bola e jogam bem por dentro, sempre buscando Damián Díaz, que é o maestro desse time. E tratando de gerar com seus laterais projeções no ataque. Citei o banco porque sempre no segundo tempo entram jogadores de velocidade, que fazem diferença.

Aos 35 anos, Damián Díaz ainda faz a diferença?

Morales: É um dos melhores 10 que já chegaram ao futebol equatoriano, e obviamente ao Barcelona. É um líder indiscutível junto do experiente Oyola. Díaz em uma boa tarde ou noite de futebol pode pintar com sua magia. Veja que ao Barcelona já chegaram 10 fantásticos, como o brasileiro Victor Ephanor, o argentino Marcelo Trobbiani, o boliviano Marco Echeverry entre outros, mas Díaz é fora de série.

Silvia: É uma imensa referência, um jogador histórico para o clube, amado por toda a torcida. E um jogador diferente, de talento, técnica, que em uma jogada pode mudar um jogo inteiro. Na temporada passada, no Equador, foi um dos artilheiros do time. Tem como características a finalização de média distância e a bola parada.

Saavedra: É um 10 histórico, que tem três títulos na equipe, já foi semifinalista da Libertadores. É ele que dá os passes de infiltração, que faz a diferença com bons chutes de média distância e em cobranças de falta. É quem controla a equipe, como verdadeiro camisa 10. Mas também tem um bom reserva, o “Louco” Cortéz, que teve uma rápida passagem pelo Botafogo.

Cortéz foi chamado de “Cazares melhorado” no Botafogo. Dá para compará-los?

Morales: Cazares já teve maior trajetória no exterior. Ambos são muito técnicos e diferentes com a bola. Para mim, Cazares é mais rápido e inteligente. Cortéz é um pouco mais lento, mas com uma qualidade de vislumbrar os passes entre as linhas. Fisicamente, creio que Cazares faz diferença, mas “El Loco” é um gênio com a bola.

Silvia: Loco Cortéz e Cazares têm características muito similares. São dois dos jogadores mais técnicos do futebol equatoriano dos últimos 10, 15 anos. O problema com Cortez foi de comportamento, mas no Barcelona não tem tido problema de atitude, e isso o está favorecendo, porque futebol ele sempre teve. Mas é difícil dizer se são dois jogadores do mesmo patamar. Se estiverem bem, podem alcançar a regularidade, que é o que mais lhes falta.

Saavedra: São do mesmo patamar. Cortéz é um jogadoraço, mas lhe encantam as bebidas e a noite. Aqui anda bem, disciplinado.

Como joga esse Barcelona de Guayaquil?

Morales: É um time com diferentes propostas de jogo pelos jogadores que possui. É uma equipe que coletivamente pode te causar problemas em qualquer campo. O técnico Fabián Bustos é experiente nos famosos mata-mata, nesses duelos de ida e volta. Mostrou isso em 2019, quando foi campeão nacional com o Delfin, e vem demonstrando na Libertadores.

Silvia: É um time compacto, que encontra equilíbrio entre jogadores mais experientes com os jovens. É uma equipe que equilibrada no meio de campo e que pode jogar muito bem pelo corredor central, tendo Díaz como protagonista, mas também pode jogar bem pelos lados com Perlaza e Preciado. E encontrou em Mastriani o seu goleador que estava em falta.

Saavedra: O ponto forte sem dúvida é sua estrutura defensiva. Tem sofrido poucos gols no torneio, finalizam muito pouco contra eles, é muito forte para interceptar passes jogando compacto. Nesse sentido, a equipe de Bustos é muito forte.

E qual é seu ponto fraco?

Morales:
Podemos dizer que às vezes falta eficácia para o Barcelona, apesar de ser um dos times mais goleadores do torneio local. Em algumas ocasiões, Bustos abriu mão de jogadores que deveriam ser titulares. Com o tempo, conseguiu corrigir isso. Mas é um grande treinador, muito trabalhador.

Silvia: Talvez seja no sistema defensivo, onde às vezes acontecem erros de desconcentração, falhas pontuais por perder o tempo ou a posição. Mas estão tentando corrigir, sem dúvida.

Saavedra: A fragilidade, talvez, em partidas que se tornam mais físicas, a escalação que usa como titular custa a entrar no jogo. Antes utilizava Garcés, Martínez, Damián Díaz e Hoyos para jogar de visitante e não conseguia fazer transições rápidas, contra-ataques letais. Agora está utilizando jogadores de outra característica, como Perlaza e Preciado, que são pontas de velocidade.

Qual sua expectativa para o jogo no Maracanã?

Morales:
Barcelona por momentos vai esperar, mas diante dos espaços que o Fluminense pode deixar sairá com tudo para atacar. O time tem laterais e pontas de boa projeção e um meio de campo que em criação pode dar problemas a qualquer um.

Silvia: Creio que Barcelona fará um jogo equilibrado, o time sabe jogar estas fases de Libertadores. O Fluminense será um grande rival, que tem jogadores de experiência como Fred e Nenê, que também sabem jogar estas fases. E para o Fluminense, este torneio é muito importante nesta temporada. Por isso, creio que Barcelona tentará ser equilibrado, não buscar tanto o gol de início e tentar ficar mais com a bola. Ter linhas compactas, sem muita distância, e aproveitar a velocidade de jogadores de lado nos contra-ataques.

Saavedra: Eu espero um jogo apertado, de muito poucos gols. Creio que o Barcelona tem capacidade para causar danos ao Fluminense pela mescla perfeita de experiência com juventude. Pela velocidade que tem em sua estrutura. Nesse sentido, pode arrancar um empate ou perder pela diferença mínima para decidir em casa. A equipe de Bustos tem sido muito forte no Monumental, está invicta tanto na Libertadores como no campeonato nacional este ano.