(Foto: Lucas Merçon/FFC)

O Fluminense empatou sem gols com o Ceará, na noite desta segunda-feira, no Maracanã, pela 35ª rodada do Campeonato Brasileiro. Após o fim do partida, os jogadores saíram de campo sob gritos de “time sem vergonha” da torcida. A atitude dos tricolores no estádio foi assunto do programa ‘Redação SporTV’, na manhã desta terça-feira, no canal SporTV. A crítica foi condenada pelo apresentador Carlos Cereto e seus convidados, Aydano André Motta e Marcelo Courrege.

– A torcida tem direito de fazer o que quiser, é o grande patrimônio do clube. Tem o direito sagrado de torcer, vaiar e aplaudir, só não pode ter violência. Nesse caso específico do Fluminense, os caras não estão ganhando salário, gente. O salário está atrasado há um tempão. Imagine você no seu trabalho sem receber salário há alguns meses e sendo vaiado e chamado de sem vergonha? – disse Cereto.

 
 
 

Aydano também discordou da manifestação dos torcedores do Fluminense, mas ressaltou que a situação é um comportamento padrão das torcidas em todo o Brasil quando o clube do coração atravessa uma má fase.

– São algumas mazelas que estão naturalizadas no futebol brasileiro. Por exemplo: Não paga salário, e o jogador reclama, então é mercenário. O entendimento é esse. Como se a relação com o clube tivesse que ser maior do que a trabalhista. O jogador é um trabalhador como outro qualquer – explicou Aydano.

Já para Marcelo Courrege, não existe uma reflexão sobre as críticas. Assim como Aydano, o repórter da TV Globo reforçou que o grito é comum na arquibancada quando uma equipe vai muito mal no campeonato.

– Na verdade, acho que não tem nenhuma reflexão sobre isso. É quase que um grito que é comum na arquibancada quando um time vai muito mal no campeonato, todo mundo repete e não se reflete sobre isso o que acontece. Na verdade, quando você diz que um time é sem vergonha, você fala em falta de vontade e compromisso. Não é isso. Falta futebol ou compreensão ou tranquilidade para executar o futebol em campo. E essa tranquilidade vem do fato de você ter problemas pessoais, não ter o seu salário – afirmou Courrege, que afirmou considerar injustos os gritos especificamente em relação ao empate com o Ceará.

– Aí as pessoas dizem: “Ah, mas jogador de futebol ganha muito, ele consegue fazer uma reserva e ficar meses sem receber”. As pessoas planejam suas vidas de acordo com os salários que ganham. E a história do time sem vergonha faz menos sentido ainda depois de um jogo com o de ontem, em que ficou muito evidente que o Fluminense estava dando toda a força em campo para vencer o Ceará, que é bom e bem organizado pelo Lisca, apesar de estar em situação difícil no Brasileiro. E o time do Fluminense mostrou garra e vontade num gramado pesado. O que faltou foi tranquilidade para executar as jogadas de forma correta – concluiu.