La Calera deu trabalhos a brasileiros na Sul-Americana do ano passado e se reforçou para esta temporada (Foto: Divulgação)

O Fluminense fará sua estreia na Copa Sul-Americana nesta terça-feira. Às 21h30, recebe o Unión La Calera, do Chile, no Maracanã. O time chileno ainda é pouco conhecido aqui no Brasil e jornalistas do país falaram um pouco sobre as características do adversário tricolor.

Na temporada passada, o La Calera disputou sua primeira Sul-Americana e deu trabalho a brasileiros. Eliminou a Chapecoense e caiu diante do Atlético-MG nos pênaltis. Para este ano, contratou nove reforços, entre eles o volante chileno Felipe Seymour, ex-Vasco e Cruzeiro. Ele é titular.

 
 
 

Falaram com o portal “Globo Esporte” a respeito do Unión os seguintes jornalistas: Norberto Zamora Silva, da “Rádio La Calera 105.5”; Ricardo Maturana, do jornal “El Observador”; e Ricardo Canales, do “Canal del Fútbol”. Eles destacaram a solidez defensiva do time e a confiança, mas alertam para os poucos jogos e falta de entrosamento. Confira o que os profissionais disseram!

Como chega o Unión La Calera para enfrentar o Fluminense?
Norberto Zamora: Unión La Calera chega na parte de cima da tabela no Campeonato Chileno após duas rodadas. Foram partidas muito duras, decididas com gols de pênaltis de Stefanelli e a presença do VAR, que está estreando no Chile. Mas chega bem, com um pouco mais de futebol, considerando que na pré-temporada não conseguiu vencer.

Ricardo Maturana: Tem tido muito pouco tempo para trabalhar na verdade. Foram poucas semanas incluindo a pré-temporada, onde jogou quatro amistosos e perdeu todos. Começou a ganhar no campeonato, venceu as duas primeiras rodadas, mas para mim ainda é uma equipe que precisa de tempo, não está no seu ápice. É um time em formação, um elenco praticamente novo, com novo treinador… Mas apesar disso, chega com bom ânimo para a partida.

Ricardo Canales: Calera chega bem. Ganhou suas duas primeiras partidas do torneio local, apesar de ser uma equipe que sofreu muitas mudanças em relação a 2019, incluindo a troca do treinador. Até agora, a proposta do técnico tem funcionado, e os jogadores se adaptaram rapidamente.

Quem é o melhor jogador do time?

Norberto Zamora: Na minha opinião é Juan Leiva. Ele controla o ritmo, tem um pé bom, muito boa recuperação, criação… Mas vem crescendo também Castellani. Jogador de experiência, mas falta ainda entrosamento, chegou há uma semana e meia e só jogou uma partida como titular.

Ricardo Maturana: É difícil responder porque é um elenco novo, mas pelo currículo podemos destacar dois que fazem diferença: um é o zagueiro Santiago García, que jogou no Campeonato Alemão, e o outro é Castellani, que é o meia criativo.

Ricardo Canales: O mais regular é Juan Leiva, meia que melhorou de rendimento jogando no Calera. Stefanelli também tem sido fundamental desde sua chegada no segundo semestre de 2019, graças a sua habilidade.

Qual é o ponto forte da equipe?

Norberto Zamora: É a linha defensiva. Nos dois jogos, fez uma pressão alta. No primeiro tempo contra O’Higgins, fora de casa, tirou vantagem na bola parada para fazer 2 a 1 e se fechou muito bem, sem o time deixar de atacar com transições rápidas pelas laterais.

Ricardo Maturana: Diria que a parte defensiva. Mas o meio também é forte com Leiva e Castellani.

Ricardo Canales: Ainda são necessários alguns jogos para conhecer sua proposta. Você vê uma equipe compacta que joga simples para ser protagonista.

E qual é o ponto fraco que precisa melhorar?

Norberto Zamora: É o ataque. Se marcou três gols até aqui, dois foram de pênaltis e um de escanteio. O setor ofensivo pode estar um pouco deficiente, mas creio que ainda se está adaptando a jogar só com um atacante porque o volume do time se dá pelas laterais. E também mostrar mais futebol, porque os reforços chegaram há poucos dias. No entrosamento, Fluminense pode ter mais vantagem.

Ricardo Maturana: É o entrosamento, isso requer tempo. O técnico teve muito pouco tempo para trabalhar. Creio que com o decorrer dos jogos deverá apresentar algo melhor.

Ricardo Canales: Falta que seus jogadores se conheçam melhor e cheguem mais ao gol.

O time está muito diferente do que venceu Chapecoense e Atlético-MG na Sul-Americana de 2019? A equipe atual está melhor ou pior do que a do ano passado?

Norberto Zamora: Sim, só cinco foram mantidos, e o sistema de jogo do treinador é outro, com transições rápidas. Antes valorizavam mais a posse de bola, então são muito diferentes. Como equipe, o time do ano passado estava muito bem encaixado. Mas esse, por peso, pode ficar melhor. Mas ainda falta entrosamento.

Ricardo Maturana: Muito diferente pela forma de jogar. No ano passado era uma equipe de muita intensidade, pressão, posse de bola. Desse time, os que continuam são Andía, Vilches, Leiva, Thomas Rodríguez e só. O atual mostrou nesses primeiros jogos que espera mais, não propõe tanto. Mas o elenco desse ano está melhor em nomes, tem muitos jogadores com mais experiência internacional.

Ricardo Canales: Como eu disse antes, a equipe mudou muito. Todas as linhas tiveram chegadas e baixas, mas os que chegaram são jogadores experientes e isso tem ajudado para que o time não sofra tanto. Na defesa, venceu com Garcia, metade do campo é equilibrado, mas na frente é mais fraco sem Bou ou Larrondo.

O que sabem do time do Fluminense?

Norberto Zamora: Sabemos da qualidade de seus jogadores e o que têm feito no Campeonato Carioca, estava invicto até outro dia. O Boavista o complicou com a pressão alta, faltou velocidade na saída de bola. Isso pode ser uma vantagem para o Unión La Calera pela parte defensiva, e depois levar para o gramado sintético, em um campo menor.

Ricardo Maturana: Não teve um bom Brasileirão no ano passado, mas sei muito pouco, sendo sincero. Conheço mais da história, que é um clube grande do Brasil.

Ricardo Canales: O Fluminense jogou no ano passado com o Antofagasta e foi muito equilibrado. Sendo uma das grandes equipes do Brasil, imagino que será protagonista e que é claramente a favorita. Eu sei que Ganso é o seu jogador mais experiente e renomado.