Depois de mais uma noite cheia de reclamações contra a arbitragem, sobretudo por parte de Fluminense e Vasco, prejudicados nos duelos frente a Corinthians e Santos, respectivamente, o tema voltou ao cenário nacional. Jornalista do canal Esporte Interativo, Vitor Sérgio falou sobre o tema, salientando que o problema no apito também é culpa das agremiações espalhadas pelo país.
Confira:
“Clubes brasileiros são coniventes com o estado da arbitragem nacional
Mais uma rodada do futebol brasileiro se passou e mais uma vez os árbitros roubam o protagonismo de jogadores e técnicos. Foi assim na quarta-feira, em jogos da Copa do Brasil. Após o apito final, o mesmo cenário: os prejudicados reclamando e os beneficiados dizendo que é choro. Mas tudo isso é assim por causa da conivência dos principais atores do espetáculo: os clubes.
A situação da arbitragem nacional é o que é, fraquíssima, há muitos anos. O presidente da Comissão de Árbitros da CBF está lá, entre idas e vindas, há quase dez anos. Ele dá raríssimas entrevistas, não presta contas à opinião pública e toma decisões pouco claras. Os erros se repetem e quase nada acontece. É mais um motivo para os clubes brasileiros tomarem de assalto a CBF. Enquanto não fizerem isso, serão coniventes com este quadro.
Já passou do tempo de todos os clubes brasileiros entrarem na CBF e exigirem a renúncia de Marco Polo Del Nero, o presidente da entidade que está formalmente indiciado pelo FBI por corrupção, e de toda a sua diretoria. Não venham me dizer que é fácil falar e difícil fazer. É fácil fazer também. É só os 40 times da Série A e da Série B se comprometerem a só entrar em campo quando a diretoria da CBF renunciar. Inclusive o responsável pela arbitragem.
Em vez de se unirem e assumirem o controle do futebol nacional, os clubes brasileiros preferem brigar entre si, pelas mais diferentes, pequenas e fúteis razões. Inclusive erros de arbitragem. É cômodo não querer resolver o problema de verdade. Porque em algum momento o seu clube será beneficiado pelo apito. E quando for prejudicado, com maior ou menor frequência, a desculpa, o apito, já está pronta.
Enquanto os clubes brasileiros ficam brigando entre si, Del Nero e sua turma estão tranquilos, dando risadas e vivendo uma vida de benesses com o dinheiro gerado por eles, clubes. E a cada rodada, só mudam os clubes que reclamam da arbitragem e os nomes dos árbitros que fazem lambança”.