Previsto no novo regulamento da CBF, o atraso de salários pode causar perda de pontos e até rebaixamento para clubes nas Séries A, B e D do Campeonato Brasileiro. Ainda assim, a medida não vem se tornando prática porque os jogadores, responsáveis por denunciar os próprios clubes, temem fazê-lo.
– O atleta jogador de futebol tem uma profissão diferenciada das demais porque ele é uma pessoa pública. Quando ele expõe essa situação, tem duas situações que dão mais medo: a reação do próprio clube empregador, a reação do outro clube que pode vir a contratar e a reação do torcedor – explicou o advogado especializado em direito trabalhista Dyego Tavares.
Um exemplo claro aconteceu recentemente. No Coritiba, Keirrison se recusou a jogar alegando estar com cinco meses de salários atrasados e irá à Justiça Comum, mas não pretende acionar o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) para não prejudicar o clube.
Nestes casos, jogadores, advogados contratados por eles e sindicatos dos jogadores podem fazer as denúncias. Denúncias anônimas não são aceitas.
Quem pode ser o primeiro a pagar por atrasar vencimentos de seus atletas é o Macaé. Na Série B do Brasileirão, o clube, de acordo com o sindicato dos jogadores do Rio de Janeiro, deve seis meses de salários. O caso deve ir ao STJD.