(Foto: Marcelo Gonçalves - FFC)

Diogo Barbosa, Daniel, Leonardo Fernández, Yony González e Marlon. Estas foram as cinco contratações do Fluminense na janela de meio de ano. Agradando boa parte da torcida, os reforços também foram bem destacados pelos comentaristas? O GE ouviu alguns deles.

O uruguaio Leo Fernández foi bem avaliado pelos jornalistas, assim como Marlon e Daniel. No geral, entendem que a janela tricolor, se não foi impactante, serviu para preencher lacunas ainda existentes no elenco. Confira as análises abaixo:

 
 
 

LEO FERNÁNDEZ

Carlos Eduardo Mansur: “O Leo Fernández vamos precisar olhar como vai ser essa adaptação. Teve um ótimo primeiro jogo e outras partidas regulares. Mas, no todo, é uma opção de meia que o time precisava”

Rodrigo Coutinho: “Leo Fernández é um meia que preza aquilo que o Fernando Diniz gosta nos meias do time dele: bom passe, capacidade de trabalhar em espaço curto, passes verticais, último passe para deixar os companheiros na cara do gol. Achei o uruguaio uma ótima contratação do Fluminense mesmo tendo perdido o pênalti contra o Santos. Sem a bola não acrescentam tanto, mas dentro daquilo que o Fernando Diniz pede para jogadores dessa posição, acho que não é um problema tão grave”

Cabral Neto: “Contratação que chega com ares de novidade nas Laranjeiras, meia, relativamente, desconhecido do nosso futebol e que a diretoria mapeou bem. Léo tem mais costume de atuar pela direita, sempre centralizando, usando a perna esquerda com bom passe, finalizações e bola parada, mas também rende quando atua centralizado ou na ponta direita, o que daria a possibilidade de inversões de lado com Arias e deixaria o Fluminense com grande capacidade de construção através de passes curtos, como gosta Fernando Diniz. Chegou no Fluminense depois de um período de quatro meses de inatividade e pode demorar pra encontrar regularidade em bom nível, fez ótimos minutos na estreia contra o Fluminense, mas não atingiu um bom nível nos jogos seguintes, apesar da assistência contra o Argentino Jrs.

MARLON

Carlos Eduardo Mansur: “A que tenho mais expectativas que se imponha como titular do time é o Marlon. Pelo o que conhecemos dele, se conseguir se apresentar no Fluminense no nível que tem, vai ter poucos motivos para o Felipe Melo permanecer como titular. Embora saibamos que isso tem um impacto no grupo. Mas o Marlon é um jogador que chega com muito potencial.

Rodrigo Coutinho: “Marlon é um zagueiro que parece que foi moldado para jogar com o Fernando Diniz. Ele tem um passe bom, coragem para arriscar, não se sente desconfortável quando está pressionado pelo adversário na saída de bola, conduz, chega ao ataque, inverte o lado da bola, troca passe curto… Precisa melhorar um pouco a proteção de área – algo que desde que ele surgiu, tem essa deficiência, já que tem um pouco mais de dificuldade quando defende em bloco mais baixo ou em alguns duelos com atacantes mais fortes. Ele é um jogador que vai ser titular ao lado do Nino

Cabral Neto: “Um ponto alto nessa janela de inscrições do Fluminense, jogador com boa capacidade de passe na saída de bola, tem boa velocidade e é um zagueiro de boa segurança. Suas virtudes se encaixam muito bem no modelo de jogo de Fernando Diniz, com a boa construção inicial e a agilidade que permite a marcação em linha alta da equipe. Sabe atuar pelo lado esquerdo, o que encaixa bem com Nino na zaga tricolor. Além da grande identificação que tem com a torcida, construída em seus primeiros anos de futebol profissional”

YONY GONZÁLEZ

Carlos Eduardo Mansur: “O Yony deve ser usado pelo Diniz como um segundo atacante, numa dupla com Cano. É um jogador que também ajuda a dar uma possibilidade que o Fluminense tem menos. Tanto em um jogo mais direto, que ele pode brigar por essa bola, e também de profundidade, de alongar um pouco o time quando o Fluminense precisar de um jogo mais longo.

Rodrigo Coutinho: “Yony González, o mais polêmico deles, tecnicamente acho que está bem abaixo do nível do elenco. Ele não teve boa passagem em outros clubes brasileiros. Mas ele tem uma característica que falta ao time, principalmente quando o Keno não joga: ter alguém com característica de atacar a última linha, as costas da defesa adversária, dar mais velocidade, empurrar a última linha para trás e ser o cara que vai romper a linha defensiva adversária. O Fluminense tem poucos jogadores com essa característica, até porque o Cano não é um centroavante com essa característica. Tirando o Keno, são poucos que fazem isso sem a bola. Acredito que trazer o Yony González tem um pouco desse sentido. Claro que poderia ser um jogador com a mesma característica e mais qualidade técnica, mas, talvez por causa dessa condição do clube, não conseguiram ninguém.

Cabral Neto: “A contratação mais difícil de se entender, desde a sua saída do próprio Fluminense que o jogador não entrega um mínimo de desempenho aceitável. Até mesmo a sua passagem pelo clube não foi lá grande coisa, já que seu rendimento caiu ao longo do ano, mas as quatro temporadas seguidas foram num nível muito baixo. E chega pra uma posição muito carente e que obrigava o clube a ter maior atenção a esse reforço. Contra o Santos até atuou mais centralizado, como um segundo atacante, ao invés de jogar pelo lado do campo. Jogador de muita velocidade, mas baixíssima produtividade.

DANIEL

Carlos Eduardo Mansur: “O Daniel é um jogador que trabalha muito no meio. Talvez não seja um jogador de desequilíbrio, mas é alguém que dá dinâmica no meio de campo”

Rodrigo Coutinho: “Daniel, igualmente a Leo Fernández, também é o outro meia que atende ao que Fernando Diniz gosta nos meias do time dele: bom passe, capacidade de trabalhar em espaço curto, passes verticais, último passe para deixar os companheiros na cara do gol.

Cabral Neto: “É um meia de boa capacidade técnica, mas sofre pra entregar alta intensidade e regularidade. Formado na base do Fluminense, teve boa temporada no próprio clube em 2019 e tem boa identificação com a camisa tricolor. Seu rendimento costuma ser melhor quando atua um pouco mais atrás e com liberdade pra chegar próximo à área adversária, vendo o campo de frente e distribuindo o jogo. Não chega pra mudar o patamar do elenco, mas pode melhorar a qualificação do banco de reservas”

DIOGO BARBOSA

Carlos Eduardo Mansur: “O Diogo Barbosa teve uma boa entrada no jogo contra o Argentinos Juniors. Ele dá uma característica diferente do Marcelo. Ele é um jogador de muito mais força de ultrapassagem, se apresentar no corredor, enquanto o Marcelo é mais um jogador de construção e qualidade técnica”

Rodrigo Coutinho: “O Diogo Barbosa foi uma boa sacada do Fluminense porque é um lateral que sempre teve bom nível, mas estava mal no Grêmio. A torcida não gostava dele e ele estava sem confiança. Mas já chegou bem ao Fluminense, chega para ser um bom substituto para o Marcelo. É um pouco mais agudo e mais intenso que o Marcelo para marcar também. Foi um ótimo reforço para o que o elenco precisava”

Cabral Neto: “Muitas temporadas devendo bom desempenho, não chega com status de boa contratação. O Fluminense tem uma imensa necessidade de acertar numa posição onde vem acumulando erros de contratações e onde Fernando Diniz foi obrigado a improvisar diversos atletas. Marcelo é uma exceção no acúmulo de jogadores que chegaram pra essa função e não entregaram bom rendimento. Diogo chega pra tentar recuperar bom futebol do início da carreira e que há um bom tempo não reaparece. Pra ser justo, vale ressaltar que ele já participou de três jogos e o balanço inicial é positivo, já que conseguiu ter bom rendimento nessas partidas.