História sem fim. Ainda devendo R$ 150 mil, referente à última parcela do acordo que fez com o técnico Levir Culpi, que deixou o clube em 2016, o Fluminense continua sem dar respostas ao advogado do treinador, Fábio Cruz. Devido ao atraso desde julho do ano passado, a instituição foi multada em mais R$ 150 mil, junto com outros R$ 150 mil de uma parcela já paga, mas também em atraso. Com isso, a dívida totalizou R$ 450 mil. A execução, inclusive, já foi definida pelo juiz, apesar de o dinheiro ainda não ter caído na conta do profissional.
– Ainda está pendente o pagamento. Não aconteceu mais nada. O Fluminense não se manifestou. Me ligou uma pessoa do financeiro, que não me lembro o nome, perguntando se o Levir aceitava fazer um novo acordo abrindo mão das multas. Eu disse que abriria mão da multa de uma parcela que foi paga em atraso, não da outra que não foi paga até hoje. Ele aceitaria desde que o Fluminense pagasse o imposto de renda imediatamente. Mas depois eles não deram retorno. Fizeram contato comigo no final de dezembro e eu fiz na semana passada – disse o advogado ao NETFLU.
A última parcela referente ao acordo entre Fluminense e Levir Culpi deveria ter sido paga em julho do ano passado. O site número 1 da torcida tricolor pediu que o representante de Levir Culpi destrinchasse a situação em torno do que realmente deveria ser quitado, tendo como perspectiva as responsabilidades do Tricolor.
– Faltava apenas uma parcela de R$ 150 mil, que foi paga. Como foi feito o pagamento em atraso, restou a multa de R$ 150 mil, que é do mesmo valor da parcela. Ele abriria mão desta multa, mas existe a multa do atraso desta última parcela. Essa ele não abriria mão. Totalizaria assim R$ 300 mil. Em troca, o Fluminense pagaria o imposto de renda que já está calculado, cuja a responsabilidade do clube foi assumida e ainda não foi recolhido. Eles não deram retorno desde então – explicou Fábio Cruz.
O advogado também falou ao portal sobre como esse cobrança deve ser feita, na medida em que a Justiça já lhe deu ganho de causa e mandou executar o clube em dezembro do ano passado.
– O que está acontecendo é o seguinte, a juíza do processo mandou fazer o bloqueio via Banco Central e depois vai me dar alternativas. Daí, verei onde circula o dinheiro: talvez Rede Globo, um jogo onde o Fluminense tenha potencial de bilheteria bom, talvez um patrocinador, não sei. Na hora que vier pra mim eu vejo qual é a melhor fonte de renda – concluiu.
Sem enviar nenhum representante à 67ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro para defender a instituição, também noticiado em primeira mão pelo NETFLU, a causa foi ganha pelo ex-treinador ainda em 2017. No dia seguinte à divulgação da sentença, um representante do clube finalmente entrou em contato com o advogado de Levir, Fábio Cruz, costurando um acordo pela metade do valor. Tal acordo, no entanto, foi sendo sendo honrado com extrema dificuldade, tendo as parcelas quase sempre atrasadas. A última venceu no mês de julho e, desde então, não foi paga.
Em entrevista concedida no retrasado ao site número 1 da torcida tricolor, o advogado explicou detalhadamente a cronologia dos fatos em torno do processo trabalhista do ex-treinador. Dias depois, o Fluminense demitiu uma funcionária do departamento jurídico, por intermédio de uma nota oficial, mas manteve a diretora da pasta, Roberta Fernandes, dando-lhe uma advertência. O ex-vice jurídico, Bruno Curi, sofrera também diversas críticas no período, até deixar o cargo, meses atrás, para se dedicar à vida política. Curiosamente, a mesma funcionária demitida foi contratada por uma empresa que presta serviços ao Fluminense, conforme também divulgado pelo site.
No Fluminense, Levir Culpi conquistou o título da Copa da Primeira Liga de 2016, mas teve problemas internos de relacionamento com o então líder do grupo e capitão Fred. Comandou a equipe em 52 jogos, com 22 vitórias, 15 empates e 15 derrotas.