Ronaldinho Gaúcho foi um dos grandes jogadores da história do futebol. Sua passagem pelo Fluminense, em 2015, no entanto, não foi das melhores. O técnico tricolor à época de sua contratação, Enderson Moreira, atualmente no Ceará, recorda que foi contrário à chegada. Não por conta do atleta em si. Mas, segundo ele, o meia já não tinha mais disposição de seguir se dedicando em treinamentos a ponto de manter o alto nível.
– Em 2015, Fluminense passava por esse momento. E a gente colocou uma meninada para jogar. Tinha o Fred, o Scarpa estava sendo emprestado para o Náutico e eu não deixei. O Marcos Júnior estava sendo liberado e eu reintegrei. O Gerson era da base. E a equipe encaixou de uma maneira que a gente começou a ganhar jogos. Estávamos quase brigando pela liderança do campeonato. Quando isso aconteceu, o Fluminense teve soberba. Eu até falei que a gente precisava buscar umas peças no mercado. Naquele momento o Fluminense quis, como se fosse um tapa de luva no patrocinador, trazer o Ronaldinho Gaúcho. Ninguém conseguiu trazer, então nós vamos trazer por conta própria. Ele é um jogador excepcional. Um dos maiores que eu vi jogar. Um grande ídolo. Mas ele estava numa fase em que queria continuar jogador, mas não queria pagar o preço. O jogo de futebol tem uma parte muito física. Infelizmente ela não permite que os grandes talentos possam perdurar durante muito tempo se eles não se cuidarem, mais até do que os outros atletas. O Ronaldinho não queria pagar esse preço. Demos essa possibilidade para ele, mas a resposta não foi positiva. Clube começou a cair, começou a ir mal. Não em função dele, mas as coisas não encaixaram bem. Eu não era favorável a vinda do Ronaldinho. Não pelo atleta, que é um baita de um cara, excepcional. Só tenho coisas boas sobre o Ronaldinho. Ronaldinho não atrapalhou em nada. Não tem culpa de nada. Mas eu tinha na minha cabeça uma perspectiva diferente. Tive de refazer isso em função desse desejo da diretoria de contar com ele. Ele foi fundamental na caminhada do Atlético-MG na Libertadores, mas se passaram dois anos. No Fluminense a coisa não funcionou. Acabou o Enderson pagando por isso. Foi uma pena. Um processo que a gente deu uma volta bacana – falou.