Ao que tudo indica, Jackson Vasconcelos deve estar mesmo com os dias contados no Fluminense. Depois de ter seu nome ligado à candidatura de Julio Brant para a presidência do Vasco, a repercussão nas Laranjeiras foi a pior possível. Em um post no seu blog, a Flusócio, um dos maiores grupos políticos do Tricolor, afirma enxergar a situação do dirigente como insustentável.
Veja na íntegra o que foi exposto no post “Situação insustentável” no blog da Flusócio:
“Como já reportamos em postagem feita na terça-feira, o universo tricolor viu-se surpreendido com a revelação, por um candidato a presidência do Vasco, que o diretor executivo do Fluminense Jackson Vasconcelos era seu estrategista político.
O próprio diretor executivo do Fluminense apareceu dando sua versão ao Lancenet. Pouco tempo depois, em sua conta pessoal no twitter, Jackson fez declarações reafirmando uma postura de campanha pró-Brant e contra Eurico. Contudo, além disso, disparou: “Caros, não estou na eleição do Vasco e também não estou preocupado com o meu contrato com o Fluminense. Cc @RicaPerrone”.
Ao mesmo tempo, afirmou que “Conheci Julio Brant pessoalmente e penso q é o + qualificado à eleição do Vasco. Sinto-me honrado por ter [sido] citado por ele no @RicaPerrone”. Isso, somando-se a outra declaração contrária ao principal adversário de Julio Brant, demonstra sua escolha entre os candidatos à presidência do Vasco. As afirmações apontam nitidamente uma atitude de quem defende, para quem quiser ver, uma candidatura em campanha. A conduta, para quem é acusado de trabalhar em favor de uma candidatura num clube rival, no mínimo soa mal.
Independente de todas as suas declarações parciais sobre os candidatos do Vasco serem contraditórias com a afirmação de não estar na eleição presidencial da colina, fica a pergunta: como assim não está preocupado com o contrato com o Fluminense? Por haver recebido, na qualidade de assessor pessoal do Presidente, delegação de poderes que o alçaram a um status de diretor executivo, seu contrato deveria sim ser objeto de preocupação. Isso é o básico da postura exigida de um profissional.
Vale frisar que esse profissional, até pelas funções que exerce, lida todos os dias com informações confidenciais, pois todos os contratos do clube passam por ele. Inclusive os contratos de jogadores de futebol.
O Fluminense não precisa de quem não se preocupa com as suas coisas. O Fluminense, ao contrário, deve repelir quem não se preocupa com as suas coisas. E se um prestador de serviços demonstra estar tranquilo quanto ao seu contrato com o Fluminense, mesmo diante de uma exposição negativa absurda, algo há de muito errado. Especialmente se esse prestador de serviços exerce funções importantes, por delegação direta do Presidente.
Mais ainda. Recentemente o mesmo Jackson Vasconcelos deixou a sede do Fluminense afirmando que não continuaria mais exercendo suas funções. No mesmo dia voltou atrás. Supostamente a pedidos, mas que não foram confirmados.
Para quem está acostumado à vida política, a avaliação da reação do público a uma notícia plantada é normal. O que não é normal é a sucessão de eventos que vem ocorrendo relacionados ao diretor executivo, especialmente se queremos tornar o Fluminense cada vez mais técnico e menos político.
A situação é insustentável. Só não vê quem não quer. E se realmente houve o retorno ao posto de trabalho algumas semanas atrás em razão de pedidos, cá estamos nós a rogar por quem o tenha convencido, a reconsiderar o pedido e recomendar o oposto.”