Aconteceu na noite da última terça-feira, reunião do Conselho Deliberativo do Fluminense. Nela, o vice-presidente de finanças Diogo Bueno, falou sobre a situação econômica do clube.

Em postagem no seu blog, o grupo de situação Flusócio, do qual faz parte o presidente Pedro Abad, divulgou algumas situações e números apresentados por Bueno.

 
 
 

Confira na íntegra a postagem do Flusócio:

“Nas finanças, evolução em busca do reequilíbrio

Na noite de ontem houve uma importante reunião do Conselho Deliberativo.

Na pauta, uma exposição bastante completa por parte do Vice-Presidente de Finanças, Diogo Bueno, sobre a situação econômica do Fluminense, os esforços que a gestão Pedro Abad vem aplicando na busca do reequilíbrio financeiro, algumas projeções de futuro e outras possibilidades.

Diogo apresentou os números globais do clube. Por exemplo, deixou claro que a receita ordinária total é da ordem de R$ 185 milhões anuais brutos ou cerca de R$ 170 milhões líquidos (descontando impostos). É com esse valor médio que podemos contar anualmente. As negociações de atletas, luvas por assinaturas de contratos, premiações por sucesso esportivo e aumento de bilheteria são incertezas que podem melhorar o resultado de cada ano, mas são receitas extraordinárias e é assim que devem ser encaradas.

A dívida global do Flu é da ordem de R$ 440 milhões, mas cerca de R$ 221 milhões estão equacionados no longo prazo em parcelamentos fiscais como PROFUT e REFIS, assim como ocorre em todos os grandes clubes brasileiros.

As dívidas cíveis (débitos com parceiros comerciais, direitos de imagem) montam cerca de R$ 87 milhões, as dívidas trabalhistas montam em cerca de R$ 92 milhões e as dívidas financeiras (correções dos valores devidos) chegam perto de R$ 40 milhões. O total destas dívidas é de cerca de R$ 219 milhões e é com elas que o Flu deve se preocupar no curto e médio prazos.

Diogo mostrou cenários e estratégias de como o clube está trabalhando para melhorar o perfil da dívida, renegociando com credores, alongando prazos, focando em conseguir dinheiro novo com grandes fundos financeiros para trocar dívida cara por dívida taxas menores, conversando com grandes investidores mundiais do futebol e criando um novo produto financeiro junto o banco Plural, para investimento por parte da torcida.

No geral, ficou bem claro que o Fluminense está finalmente se estruturando, de maneira empresarial. A consultoria contratada que norteou todo trabalho foi a Ernst & Young, uma das mais respeitadas do planeta. O trabalho por ela mapeado segue em implantação em todas as áreas do clube.

Diogo colocou como meta primária da gestão Abad resgatar a credibilidade institucional do Fluminense para atração de investidores internacionais, falou de conversas com chineses e outras possibilidades. A meta é subirmos nosso patamar de receitas anuais ordinárias de R$ 185 milhões para algo próximo de R$ 300 milhões. Este é o nosso desafio.

Confirmou na tribuna que todo funcionário do Flu está com salários em dia, incluindo jogadores e comissão técnica. O Flu ainda deve alguns DIs e também as férias dos atletas de 2016. Elogiou o trabalho da nova equipe financeira sob a gerência do CFO Eduardo Paez e supervisão do CEO Marcus Vinícius Freire.

Mostrou ainda que a suplementação orçamentária a ser enviada ao Conselho Deliberativo ainda neste ano trata-se de um mero ajuste contábil de menos de 1% no orçado, algo que representa cerca de R$ 3 milhões. Na prática significa que o orçamento aprovado em 2017 foi uma boa peça de planejamento financeiro, pois a suplementação solicitada é mínima.

Diogo elogiou a resiliência e liderança do Presidente Pedro Abad para fazer o que tem que ser feito institucionalmente, tendo suas palavras reforçadas na tribuna por integrantes do Conselho Fiscal e outros conselheiros.

Por último, informou que o Orçamento de 2018 será votado ainda em dezembro de 2017, algo que nunca ocorreu nos últimos 40 anos do Flu. E que o resultado realizado em 2017 será bem melhor que o orçado, embora o clube ainda esteja em situação que vai exigir esforço contínuo até atingir o equilíbrio financeiro. O balancete financeiro do 3o trimestre está no site do clube e confirma essa tendência.

Quem ama este clube deve atentar para o problema raiz, que é o seguinte: em qualquer instituição, as despesas mensais devem ser cobertas pelas receitas mensais. Se não for assim, não será sustentável pois o clube precisará se endividar de tempos em tempos para acertar suas despesas ordinárias. É como o chefe de família que gasta mais do que pode e vive no cheque especial. Se fizer a coisa certa administrativamente, o Flu vai recuperar sua capacidade de investimento e competitividade.

Respondendo a perguntas na tribuna, o Presidente Abad falou em mudanças no futebol para 2018, mesmo sem citar nomes. Confirmou que o planejamento do elenco já está em andamento e mostrou esperança em dias melhores.

Deixamos aqui nosso apoio irrestrito.

#SomosFluminense”