De volta aos holofotes em 2022 – há quem defenda inclusive seu retorno à Seleção –, Paulo Henrique Ganso vive a sua melhor fase desde que chegou ao Fluminense. Em nove meses, o camisa 10 tricolor já contabiliza mais gols e assistências do que o somatório de suas três temporadas anteriores no clube. E no Fla-Flu do último domingo, o meia além de deixar sua marca ainda alcançou o número de jogos que só havia conseguido em seu primeiro ano nas Laranjeiras: 47 partidas.
E o melhor para a torcida tricolor é que, aos 32 anos, Ganso revive o protagonismo de sua carreira e repete um desempenho próximo do seu auge atingido nos tempos de Santos e São Paulo. Na Vila Belmiro, onde foi revelado, o meia chegou a ter 26 participações diretas em gols em 2010 (13 bolas na rede e 13 assistências) e 20 em 2012 (oito bolas na rede e 12 assistências – naquela temporada, deu ainda mais dois passes para gol, mas já vestindo a camisa do rival).
Após se transferir para o Morumbi, Ganso manteve seus grandes números e chegou a ter 23 participações diretas em gols em 2014 (nove bolas na rede e 14 assistências) e 18 em 2015 (três bolas na rede e 15 assistências). Com o Fluminense em 2022, o camisa 10 tricolor já soma 16 participações diretas (oito gols e oito passes), restando 11 jogos para terminar a temporada.
Dos oito gols de Ganso em 2022, cinco foram de pênaltis. O meia virou o cobrador oficial do time desde a aposentadoria de Fred. As outras três bolas na rede do camisa 10 foram diferentes: uma finalização de fora da área com a perna esquerda, uma conclusão na área também de canhota, e uma finalização na pequena área de cabeça.
No elenco do Flu, Ganso é o segundo maior garçom da temporada, só atrás de Arias (12 assistências), e o terceiro maior artilheiro, atrás de Cano (33 gols) e Arias (14).
Como garçom, Ganso tem Cano como seu principal aliado: das oito assistências, três foram para o goleador argentino. O seu segundo maior parceiro foi Nonato, que marcou dois gols com passes do meia antes de se transferir para o Ludogorets, da Bulgária. O camisa 10 também serviu uma vez André, Arias e Manoel.
Outra “fama” que Ganso vem desmistificando no Fluminense é sobre uma possível falta de intensidade. Para quem não acredita que o meia consiga suportar o ritmo até o final dos jogos, considerando os acréscimos ele ficou em campo por mais de 90 minutos em sete das últimas 10 partidas. E nesse período ele só foi poupado de um único duelo, contra o Coritiba no Maracanã.
Depois de dois anos na reserva em Laranjeiras, Ganso recuperou o espaço ainda sob o comando de Abel Braga nas finais do Campeonato Carioca, mas reencontrou sua melhor forma com Fernando Diniz, técnico que já o havia dirigido em 2019, em sua primeira temporada no Fluminense. Considerado o treinador que melhor soube aproveitar o potencial do meia em seu retorno ao Brasil, ele contou em participação no “Bem, Amigos!” desta semana como é sua relação com o camisa 10:
– O Ganso é um cara muito especial. Muitas vezes ele transmite para o torcedor uma certa apatia em determinados momentos que não é, ele é super competitivo, um cara extremamente generoso. O Ganso é uma pessoa difícil de você… Ele não dá muita liberdade, é uma pessoa muito reservada. Ficamos muito amigos, não de frequentar a casa, mas de conhecer o cara com mais profundidade. Ele sabe de alguma forma que eu consegui entrar mais nele. Ele me permitiu isso, não foi uma coisa fácil, mas a gente foi construindo junto. Então ele consegue ouvir as coisas que falo, e eu falo de todo meu coração para ele daquilo que penso – disse.