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Futebol resultado? “-Já deu! Fui!”

Crys Bruno

Oi, pessoal.

Papo reto, não mais na canela, mas no lençol do Allan sobre Gabigol: que torcida é essa que nunca viveu de resultado algum, há 7 anos não ganha nada, aceita até injeção na testa, mas estufa o peito contra o Fernando Diniz, exigindo resultado? 

Globo Repórter já! “De onde vêm?” Enquanto me delicio ao testemunhar uma inveja indisfarçável em mais 30 mil rubro-negros, silenciados no Maracanã, é constrangedor e decepcionante tricolores repetindo, feitos papagaios, feios como o futebol “Scolaris e Abéis”: “- Mas futebol é resultado”. 

Papo furado: o futebol resultado. Tesoura voadora estilos Airton e Bruno Silva…

Após imitar o mecânico futebol italiano, alemão e inglês, os técnicos brasileiros e seus muitos fãs destruíram o nosso DNA.

Assistir a Santos 1×0 Corinthians, na noite da última quarta, foi mais um tijolo nesse reino de mediocridade.

A proposta de jogo mequetrefe de atuar com 8 ou 9 jogadores atrás da linha da bola no campo defensivo ou em seu 1° terço já deu! 

No Brasil, o apego ao emprego e a preguiça formaram uma horda de técnicos zumbis que só sabem montar times assim.

Para fazer o que Guardiola fez no Barcelona e tenta, com jogadores estrangeiros, implementar no City, é preciso treino com bola, repetição, como um guitarrista que sabe que tem que ensaiar todos os dias.

Muito trabalhoso. Mais prático e “comunzinho” bociferar palavras, entregar o treino aos preparadores físicos enquanto fica à beira do campo, estático, com pose de professor acadêmico diante de um aluno.

Sai: “Eles precisam de mim”. Entra: “Você é grande! Grande! Grande! Vai lá e jogue p’ra c***! “

É futebol, pô! É simples! E é da sua simplifidade que sai sua sofisticação e arte. 

Fernando Diniz gosta de futebol. Gosta de ensaiar futebol e, por isso, gosta da bola, de ter a bola, da sua posse. 

Diniz não é só ofensivo como Sampaoli. O Santos não encanta como o Fluminense. Entre eles há só uma coisa em comum: o gosto de atacar para vencer.

No Fluminense, sim, vemos o esboço da mistura do puro heavy metal do Klopp com o blues fascinante do Guardiola. Esboço bem feito.

Diniz é um louco por futebol e sua arte. Por isso ele alcança o sobrehumano quando Igor Julião, Frazan, Agenor, Danielzinho e Yuri estão tão bem ensaiados e confiantes que colocam os “galácticos” jogadores do Flamengo na roda.

Quase infarto durante o jogo, mas quando assisto depois, dou risadas, curto, vibro.

O Fluminense me fascina e com Fernando Diniz, me proporciona um prazer de reencontrar um grande amor: o futebol arte.

A Europa não suporta mais joguinhos mequetrefes. Não que não os tenha. Até por uma questão de anatomia, continua mecânico. 

A escola holandesa, sempre ofensiva, usada pelos espanhóis, vem sendo há uma década copiada como parâmetro para fazer seu filho largar o “League of Legends” da vida e ir ao estádio ver futebol.

Com a Era dos Games On-Line e um leque de opções de entretenimento ao alcance do “Respeitável Público”, ou você apresenta um futebol atrativo ou perde adeptos, míngua e vira um decadente.

O grande exemplo vem de Manchester: entre o “Abélico United” e o “Telê City”.

Vale cita a maior escola defensiva de futebol resultado, a italiana. A Juventus sobra há anos por lá desde que decidiu tomar iniciativa do jogo, atacando.

Por isso, o futebol resultado (ligado a retranca) decaiu. É fundamental ser atrativo primeiro, para ser campeão, depois. 

Quando estamos em torneios, tiro-curto, aguenta-se. Ou circunstancialmente, em jogos de mata-mata. Mas 1 jogo inteiro ao longo de 1 ano? Está chato demais! 

Se eu não fosse da geração sem internet, computador, que mal tinha uma TV em casa que fará duas, não sei se consumiria e me apaixonaria por futebol. Nem com a TV Globo inventando CartolaFC me atrairia.

Fato é que o E-Sports anda tirando os jovens do Estádio e da TV.

Isto deve ser considerado para entender a ausência da nossa torcida nesses últimos anos.

O esporte pede resultado, sim. Mas, antes de ser campeão e comemorar por uma semana, o futebol pede espetáculo.

Torcedores do Fluminense que preferem Abel à Diniz nessa mentalidade  afundada num “complexo de vira-latas” quase incurável, parou nos 90!

Mas a maioria está curtindo. São os mais jovens e heróicos que curtem a vida real tanto quanto a vida cibernética. E tome emoção! 

Ah, esse “LOUCO”! Sim, Diniz é um “LOUCO” que caiu do céu no solo sagrado das Laranjeiras.

E como naquele filme “O campo dos sonhos”, PROVA que mesmo com jogadores sem recurso técnico, a arte do futebol é aplicável, vibrante, contagiante e bonita demais.

Que PlayStation, X-Box, que nada! Eu quero ir ao Maraca!

Chega logo, 13 de julho! Eu quero ver Ganso & a Molecada!

PS: escrevo antes da difícil peleja, na Arena Condá.

Bacharel em Direito com Especialização em Gestão Profissional no Futebol pelo Centro Universitário Internacional. Escrevo sobre futebol desde 2009 quando comecei no Jornal da Cidade, Niterói. Com passagens pelo FEA, Flu&Etc e Panorama Tricolor, desarmo melhor que o Richard, cruzo melhor que o Leo, marco melhor que o Airton , lanço melhor que o Jádson, finalizo melhor que o Marcos Jr, corro mais que o Gum e jogo mais que o Pedro. Ops, "esta" foi mentira. Rs.

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