Tarde de angústia, ansiedade e alegria para a torcida tricolor. Num jogo repleto de altos e baixo, o Fluminense abriu 2 a 0, viu o Palmeiras empatar, Cavalieri e salvar e Fred sacramentar o título com atuação de gala: 3 a 2 em Presidente Prudente.
O Fluminense iniciou o confronto esperando o Palmeiras. Mesmo assim, a primeira finalização foi dos comandados de Abel Braga. Rafael Sobis, que dominou pela meia-esquerda e arriscou a batida, carimbando a defesa. Na jogada seguinte, o time mandante respondeu. Wesley cruzou da direita e Obina subiu mais que os defensores para cabecear com perigo, ao lado do gol.
Mesmo pressionando na frente, o time paulista ainda levou sustos atrás. Aos 12, o lateral-direito Bruno cruzou da direita e Fred cabeceou no meio da zaga, mas o goleiro palmeirense salvou o time. Sob intenso calor em Presidente Prudente, os paulistas desesperados, tentaram se proteger e sair na base do abafa. Aos 27, Marcos Assunção bateu escanteio na medida para Hernán Barcos, que cabeceou sozinho na pequena área, por cima do travessão. A bola aérea preocupava.
Apesar de uma etapa inicial abaixo do que se esperava, o Fluminense mostrou seu poder letal na frente. Aos 40, Fred se antecipou à defesa na área e cabeceou na trave. No rebote, o goleador bateu errado e mandou sem direção. Mas o atacante não deixou passar sua segunda chance. A jogada do gol começou quando Wellington Nem recebeu no meio da área, com liberdade, e bateu rasteiro. Bruno espalmou para seu lado esquerdo, e o rebote sobrou para Fred, que, livre diante de marcadores apáticos, chutou em direção ao gol. A bola passou por entre a marcação e estufou as redes, no último lance do primeiro tempo, aos 45 minutos.
No segundo tempo, quem ameaçou primeiro foi o Fluminense, em chute de Rafael Sóbis, defendido por Bruno. Logo depois do lance, a torcida tricolor comemorou o gol do Vasco, que, em São Januário, chegou ao empate contra o Atlético-MG. Era a combinação de resultados necessária para o time de Abel Braga ser campeão. Tudo conspirava em favor do Time de Guerreiros: aos oito minutos da etapa complementar, mais um gol! Fred cruzou da direita e Maurício Ramos mandou contra o próprio patrimônio: 2 a 0.
Se já estava desesperado, o Palmeiras se jogou ao ataque de maneira insana.
Recuado, com uma grande vantagem debaixo do braço, os comandados de Abel viam os paulistas gostarem do jogo. Aos 16 minutos, depois de cobrança de escanteio, a bola sobrou para Barcos, que mandou para as redes, diminuindo o placar. Apenas três minutos depois, Correa bateu falta da meia-direita e Patrick Vieira chegou sozinho de cabeça para empatar. O título, que estava nas mãos, parecia escapar naquele momento.
O Fluminense se abalou em campo e quase levou o terceiro logo depois. Maikon Leite recebeu livre pela direita da área e bateu forte, exigindo um milagre de Diego Cavalieri. Ao perceber seu time desestabilizado, Abel Braga fez a alteração que a torcida tricolor tanto critica: tirou um atacante, Rafael Sobis, para colocar um meio-campista, Valencia. A partir daí, o jogo ficou eletrizante, praticamente uma disputa de ataque contra defesa. As duas equipes buscavam o sistema ofensivo e tinham de se preocupar com contragolpes. Cavalieri, novamente, aos 30 minutos, fez defesa de cinema, num chute forte de Maurício Ramos.
Nos minutos finais, o Time de Guerreiros retomou o controle do jogo, castigando o Alviverde. A recompensa veio quando Jean avançou pelo flanco direito e achou Fred, no meio da área. O camisa 9 pegou a bola livre, faltando dois para o fim do tempo regulamentar, e não titubeou! Na rede! Com 3 a 2 no placar, Flu voltou a recuar, administrando o tempo até o apito final e o gripo de tetracampeão preso na garganta dos torcedores!