A torcida do Fluminense, feliz com a classificação às quartas de final da Copa Sul-Americana, segue muito preocupada no Brasileiro. O time não mostra poder de reação e neste domingo, no Maracanã, sofreu mais uma derrota: 1 a 0 para o Palmeiras, gol de Egídio, aos 41 minutos do segundo tempo. O time carioca mostrou o quão frágil é seu sistema de marcação e a inoperância ofensiva já conhecida.
O Palmeiras começou pressionando a saída de bola do Fluminense e impôs dificuldades, já que Nogueira e Frazan têm nítidas limitações técnicas. Mas essa postura não durou muito tempo. A realidade é que o primeiro tempo só não passou em branco porque com o atual sistema de marcação tricolor é quase impossível não ser vazado.
A partida foi morna nos 45 minutos iniciais. O Tricolor, ainda com o esquema de três volantes, continuava tendo dificuldades de criação. E na marcação seguia dando espaços, em especial pelo lado esquerdo.
Surpresa na escalação, Robinho, pela esquerda, errou praticamente tudo que tentou. Scarpa, isolado pelo lado direito, pouco participou. Wendel, displicente, e Douglas muito marcado, não faziam a bola girar. Ausência total de criatividade.
Na defesa, Nogueira e Frazan, de vez em quando, davam aquele susto básico no torcedor e quando o primeiro tempo se encaminhava para um 0 a 0 chato, o Fluminense resolveu colocar emoção no duelo.
Aos 41 minutos, Orejuela errou passe no meio-campo e cedeu contra-ataque para o Alviverde. Na sequência da jogada, a bola foi parar do lado direito, onde Lucas ainda voltava para marcar e Egídio, com um chute de fora da área, abriu o placar. Júlio César demorou a pular, mas é discutível se houve falha, pois o lateral-esquerdo foi de uma felicidade incrível, assim como Ramon. Finalizaçãoquase idêntica a do também lateral-esquerdo do Vasco no clássico disputado entre os times recentemente.
No finzinho, bom cruzamento de Léo, Henrique Dourado escorou de cabeça, mas Douglas não aproveitou. O volante deixou a bola quicar, tentou dominá-la, mas Fernando Prass encaixou. Foi a melhor oportunidade do Fluminense, que tem uma dificuldade monstruosa de armar chances e finalizar.
Abel parecia estar gostando do rendimento do time, pois não mexeu no intervalo, mesmo com a evidente falta de criatividade e poder de marcação.
E o Palmeiras quase ampliou. Na desorganização da defesa, William chutou e a bola tocou caprichosamente a trave direita de Júlio César. No rebote, o goleiro ficou com ela.
A partida ficou mais aberta. O Flu, em busca do empate, deixava ainda mais espaços, mas cadê qualidade para criar as jogadas? O adversário buscava ampliar em alguns contra-ataques que surgiam.
O técnico tricolor, então, resolveu mexer. Seis por meia dúzia: Saíram Orejuela e Robinho, entraram Marlon Freitas e Wellington Silva. Exceto uma finalização de Douglas na entrada da área, o Fluminense não pressionou o time paulista. Seguia oferecendo campo e abusava das faltas nas laterais e na intermediária.
Aos 35 minutos, Sornoza, pedido pela torcida, entrou no lugar de Douglas, mas o panorama não se alterou. Mais uma derrota na conta e aproximação perigosa da zona de rebaixamento.
Escalação do Flu: Júlio César; Lucas, Nogueira, Frazan e Léo; Orejuela (Marlon Freitas), Douglas (Sornoza) e Wendel; Gustavo Scarpa, Robinho (Wellington Silva) e Henrique Dourado.