O principal grupo político de sustentação à administração Peter Siemsen, a Flusócio, fez um post com muitas cobranças. Os integrantes questionam as contratações feitas por Jorge Macedo, a lentidão para adquirir reforços de melhor qualidade e também pede “pulso forte” ao presidente Peter Siemsen. Por fim, querem respaldo ao técnico Levir Culpi, que pretende entregar o cargo ao presidente do Fluminense nesta quinta-feira. Veja o texto na íntegra:

 

 
 
 

Cobranças e mudanças urgentes

Hoje não falaremos nada sobre a partida. Não há necessidade de comentar sobre mais uma vergonha que o Fluminense fez sua torcida passar em 2016, para um dos menores públicos da história do clube. Falaremos sobre o momento atual do departamento de futebol.

A janela de transferência para o futebol brasileiro irá se fechar em 21/07/2016, data em que não será mais possível trazer jogadores oriundos do exterior. A julgar pela movimentação visível do Fluminense neste cenário, a preocupação do torcedor tricolor apenas aumenta. Jorge Macedo tem tido seu nome citado em viagens e sondagens para a contratação de reforços, mas não vemos resultados sendo atingidos nem comunicação com o torcedor Tricolor que a cada dia que passa se sente mais abandonado, sem informação e angustiado quanto à direção que o trabalho de reforçar o elenco está tomando.

O time atual do Fluminense está muito longe de ser brilhante, mas pode, como já foi em outras ocasiões neste ano, ser competitivo. Há, entretanto, aparente falta de força e de liderança para ultrapassar momentos turbulentos. A sequência irregular pela qual passamos mostra isso, o que vem minando o ânimo da torcida, já abalado pela falta de uma casa adequada para mandar seus jogos. Já temos jovens atletas, jogadores-apostas e jogadores que compõem bem o elenco. Faltam os mais dotados de liderança e capacidade técnica indiscutível, que nos façam mudar de patamar. Precisamos de atletas que venham para assumir posição no time, para resolver carências de imediato. Os nomes até agora contratados certamente não dão essa garantia. Nosso gestor remunerado chegou ao clube em março para ajudar a reformular o departamento de futebol. Participou da contratação de Levir Culpi, teve tempo de diagnosticar as carências do elenco, os jogadores com relação custo-benefício ruim e ir ao mercado. Porém, todas as contratações feitas pelo Sr. Macedo tiveram péssimas atuações até o momento, em alguns momentos em níveis abaixo da crítica. O pior e, que ao que tudo indica, todos estes jogadores possuem salários altos, hipervalorizados pelo futebol que demonstram e pelo histórico de suas carreiras. Além disso, a não ser por Diego Souza, o dirigente não conseguiu encaixar em outros clubes nenhum jogador do elenco atual que tenha alto custo. A outra saída foi a do maior ídolo da atualidade do clube, que está sendo bastante sentida pelo time atualmente.

Temos visto os adversários contratando e estreando seus atletas em profusão. Por que eles conseguem e nós não? Se há uma estratégia em relação ao Futebol do clube, que isso fique claro para o torcedor. Perdemos atletas cascudos e a liderança que detinham. Perdemos pontos por causa de desequilíbrio em campo, quando momentos de instabilidade fizeram o time desandar. Diego Souza saiu há 3 meses e não houve reposição. Fred, maior ídolo do clube em muito tempo, saiu e apenas agora tivemos a chegada de Henrique, que ainda precisará de 15 dias para estrear e que definitivamente não tem o estofo (e nem é justo cobrá-lo por isso) do antigo camisa 9.

Essa falta de liderança está latente. Nossos jogadores mais experientes não têm perfil de líder. No passado, o próprio Fred já chamou a responsabilidade em momentos semelhantes, como 2009 e 2015, quando o time vinha em queda livre na tabela. Hoje o Fluminense toma um gol e não existe aquele jogador que passe tranquilidade no jogo. Que bata no peito, diga que vai resolver e resolva. Assim, o time entra numa espiral negativa que será muito difícil de sair caso o clube não tome medidas drásticas.

A primeira destas medidas é simples. A diretoria tem que voltar a ficar próxima do time. Recentemente, presidente e vice de futebol simplesmente não acompanham o time nas viagens, o que deixa o time abandonado e sem cobrança institucional. Sabemos que é difícil conciliar a vida profissional com um cargo não remunerado. Consideramos André Sá um grande tricolor e uma pessoa honesta. Porém, infelizmente, não se mostra presente como deveria e acreditamos que a situação não deva mudar no curto prazo. Assim, acreditamos que o melhor para o momento seja encontrar alguém disposto a encarar este cargo de forma emergencial, seja através da renúncia do atual VP ou então colocando ali diretores não remunerados, porém que tenham tempo e disposição para viajar com o time, acompanhar os treinamentos e serem o elo entre o futebol e a diretoria. O elenco e sua comissão técnica precisam da presença de diretores por perto, dando respaldo e fazendo as devidas cobranças.

O ano é duríssimo, longe do Maracanã e sem casa para jogar. Esse é outro erro da diretoria, já que iniciou seu mandato em 2010 sabendo que teríamos Olímpiadas e Paralimpíadas no Rio em 2016, e mesmo assim não se movimentou para arranjar uma “casa” ideal para o time. Optou-se por Volta Redonda, local que nunca empolgou o torcedor. Depois de diversos jogos com prejuízo financeiro e principalmente sem qualquer benefício técnico, buscou-se outro local para mandar seus jogos. Torcemos para que Edson Passos seja confirmado rapidamente como local oficial dos jogos do Flu no restante da tabela e que a torcida volte a apoiar o time. Já queimamos a gordura que tínhamos e as últimas atuações tem sido preocupantes. A hora é de pressionar, cobrar e acertar os pontos de melhoria rapidamente. A possível estreia em Edson Passos já melhoraria bastante o interesse e o ânimo da torcida, mas também é preciso que ela enxergue cobrança, boa comunicação, presença forte e trabalho para o time apresentar melhores resultados.

Ao presidente Peter, responsável em última análise por todo o clube, deixamos nossas impressões. Como sempre, estamos prontos a oferecer colaboração, independente de cargos. Mas a cobrança vem na mesma medida da confiança que depositamos até hoje no trabalho dos últimos anos. Precisamos de pulso forte nesse momento. Além disso, o momento é de erro zero. Acreditamos que a diretoria já estourou sua cota de decisões erradas em 2016, seja com contratações caras que não dão resultado e dispensas baseadas em economia futura que não deve ocorrer, pois a folha continua sendo inchada por jogadores de qualidade duvidosa.

Por fim, houve uma entrevista assustadora do treinador Levir Culpi no final do jogo, dando a entender que entregaria o cargo. O treinador disse que os jogadores não fazem o que ele pede. É preciso autonomia para identificar e afastar quem é considerado nocivo e que não esteja jogando como deve, e, se estes existem, imaginamos e acreditamos que a torcida também sabe. Apenas para relembrar, em 2009, o técnico Cuca afastou alguns jogadores, que vinham atuando como titulares indiscutíveis e a resposta foi imediata. O time conseguiu a melhor arrancada da história do futebol brasileiro. Caso seja identificado que o problema é com atletas, esperamos que o destino seja o mesmo de 2009, e haja atitude, blindagem e todo apoio ao treinador para que isso ocorra. Acorda Fluminense!