(Foto: Marcelo Gonçalves/FFC)

Em seis dos últimos 7 jogos, incluindo a derrota ontem na Argentina, o Fluminense não fez gol. Mais que isso, o Fluminense praticamente não criou chances.

Mais que isso, em alguns desses jogos, o primeiro da Copa do Brasil com o Fla, Botafogo e ontem (08) contra o River, o Fluminense não conseguiu sair de perto da sua área.

 
 
 

Vale um texto futuro a gente esmiuçar essa montagem de elenco, feita de forma completamente incoerente, não profissional, financeiramente irresponsável, por Mário, Angioni, Fred e que contou com a cumplicidade de Fernando Diniz.

O elenco do Fluminense é insuficiente. E isso é reflexo de mal planejamento. Mas vamos voltar pro campo e pro jogo contra o River, que foi parecido com vários outros jogos do Flu do Diniz.

Se com a bola, no momento ofensivo, há elogios justíssimos à forma como esse Fluminense joga, não dá pra dizer o mesmo sem a bola. E, sem a bola, quando está em momento defensivo, o Fluminense também pratica algo como modelo que quase ninguém pratica.

O Flu perde a bola e corre todo pra dentro da sua área e arredores. São 10 jogadores de linha em bloco muito baixo. E isso não faz nenhum sentido porque o jogo de futebol é todo encadeado.

Quando o time rouba a bola e tenta sair tocando, todas as disputas passam a acontecer perto da área do Fluminense. Quando consegue roubar a bola, você tem metros e metros a percorrer, até chegar no campo do adversário e, esse time que está sendo escalado, não chega.

Porque, exceto o Árias, nenhum jogador tem a característica e a capacidade de conduzir essa bola quando o Flu sai da primeira pressão do adversário.

Muitas vezes o Flu sai dessa pressão porque é bem estruturado pra sair, mas a bola acaba chegando em jogadores que tem como característica o toque de bola e não a condução.

E acaba que essa bola, quando o adversário pressiona nunca chega no campo de ataque pra que o Fluminense consiga jogar como sabe e gosta.

É assustadora a quantidade de vezes que, em jogos como o de ontem, o Árias pega essa bola sozinho e carrega, carrega, carrega, cercado por 2, 3, 4 oponentes enquanto o time ainda está todo lá atrás.

E a realidade do jogo passa a ser uma posse de bola mentirosa, que ocorre em grande parte no campo defensivo do Fluminense, sujeita a muitos riscos e que não gera perigo ao adversário.

Se falta elenco, e é óbvio que falta, também tem faltado repertório. Tem faltado estruturar esse time pra sair desse tipo de pressão e conseguir levar o adversário pro seu campo, pra sua área, empurrar mesmo.

Nenhum time competitivo no mundo defende como o Fluminense defende em seu modelo defensivo. O time corre todo pra tras, em direção à área. O primeiro gol do River é prova desse comportamento condicionado.

O Flu perde a bola e Guga está lá na frente. Quando a bola chega no jogador adversário, o Felipe Melo não sai na cobertura e fica plantado dentro da área. O André, que está ao lado idem, corre pra trás, enquanto o cara tem toda liberdade pra dominar, carregar e cruzar sem q um jogador do Flu corresse em direção a ele.

Excetuando o momento pós perda, o Flu não agride na marcação, é um time passivo, preso nas imediações da sua área.

Isso, e outras questões, devem ser objeto de questionamento, mas me parece que, de uns tempos pra cá, criticar o Fernando Diniz é pecado capital sem direito a julgamento.

A gente não avança no debate, uma pessoa, em qualquer área, não atinge à excelência sem rever conceitos e posicionamentos. Diniz é excelente, mas não tem sido capaz de encontrar as soluções para os problemas do Fluminense.

Saudações Tricolores