(Foto: Lucas Merçon - FFC)

Primeiramente vai um pedido de desculpas a vocês, que sempre acompanharam nossos textos desde o Globoesporte. Realmente estamos escrevendo muito pouco. Vamos tentar melhorar isso e voltar a ser mais presentes aqui na Flupress.

Dito isso vamos ao texto de hoje.

Lá no início do Campeonato Brasileiro eu dividi esse torneio em 2 partes todas com graus de dificuldade diferentes.

As primeiras dez rodadas: Grêmio, Palmeiras, Inter, Bragantino, Athletico, Vasco, Atletico-GO, São Paulo, Flamengo e Corinthians.

São 8 times grandes em 10 jogos (incluí pelo retrospecto recente o Athletico). O Fluminense teve um aproveitamento de 46,6% dos pontos.

 
 
 

Antes do jogo com o Sport, dissemos lá no nosso programa de segunda-feira no youtube que esse aproveitamento, diante das dificuldades dessas primeiras rodadas, era bastante razoável e que a tendência era de subida.

As outras nove rodadas: Sport, Coritiba, Botafogo, Goiás, Bahia, Atlético-MG, Ceará, Santos e Fortaleza. Faltando apenas o jogo com o Fortaleza o Fluminense obteve até aqui um aproveitamento de 62,5% dos pontos e pegou o elevador na tabela de classificação.

O quarto lugar até aqui é um resultado excelente. E aqui eu vou voltar a um tema recorrente: a análise de resultado e desempenho.

Vou começar pela conclusão: Caso o Fluminense se classifique pra Libertadores, o trabalho do Odair deverá ser, na minha visão, considerado bom, uma vez que terá sido atingida uma meta que o clube não alcança desde 2012.

Mas e aquele papo de desempenho, nível de atuação, de não analisar só por resultado, parou de valer?

Evidente que não. E aqui acho que em algum momento eu posso ter me comunicado mal porque de vez em quando tenho esses debates numa rede social.

É impossível, na análise de um trabalho, não levar em conta o resultado desse trabalho em algum momento.

Quando a gente pede a manutenção de um trabalho que consideramos promissor é porque acreditamos que em algum momento ele dará o resultado que esperamos.

O que se discute é o momento de fazer essa avaliação e interromper ou continuar um trabalho.

Menos de um ciclo, por exemplo, eu não aceito. Já o fiz, já pedi demissão de treinador com pouco tempo, hoje, lendo sobre o assunto, ouvindo a opinião de grandes treinadores do futebol mundial, tento evitar.

Treinador contratado no início do ano, a não ser que haja problemas de gestão incontornáveis e uma certeza quase que absoluta de que o trabalho é um desastre, deve finalizar um ciclo de trabalho.

Nesse ponto a frase do excelente Carlos Eduardo Mansur ( O Globo) é perfeita: “ Trabalhos curtos não são trabalhos que deram certo ou deram errado, são trabalhos incompletos”.

Dito isso, chego ao Odair. O trabalho até aqui não é bom e nem ruim, ele não terminou. Termina no fim do Campeonato Brasileiro. Ali se avalia o ano nas três competições importantes que o clube participou (Sul americana, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro).

Falar em demissão de treinador hoje, com o Fluminense numa boa colocação no Brasileiro, me parece algo completamente desconectado da realidade. A hora é de apoiar e chegar junto.

Vamos criticar? Sim. Vamos exigir bons jogos? Evidente. Vamos apontar erros pontuais quando eles acontecerem? Com toda certeza. Afinal, é através da crítica e do debate de ideias que se evolui. E o time está evoluindo no padrão escolhido, gostemos ou não do modelo.

Ou vocês não repararam que nos 3 jogos recentes em que o Fluminense saiu na frente, a tendência do time ir todo pra trás em bloco baixo diminuiu?

Voltando ao único campeonato que disputamos, acho que o torcedor tricolor pode ter esperanças.

Após o jogo com o Fortaleza, voltaremos a ter as 10 primeiras rodadas mais difíceis. Mas dessa vez, enquanto o Fluminense descansa e treina a semana toda, Grêmio, Palmeiras, Flamengo, São Paulo, Santos, Internacional disputam 3 competições.

Vocês entenderam a janela de oportunidades que o Fluminense tem pela frente?

Meus amigos, um aproveitamento um pouco melhor do que tivemos nas dez primeiras rodadas, o que nesse cenário descrito é perfeitamente possível, pode consolidar o Fluminense ali na ponta da tabela e o clube decidir seu ano em jogos com times que ele já conseguiu um bom aproveitamento de pontos.

 Está tudo muito favorável.

Hora de trabalhar muito e trabalhar certo. Hora de mentalizar grandes conquistas. De se cuidar, de se alimentar bem, de se preparar fisicamente, de treinar muito, ensaiar jogadas, de aprimorar o modelo e manter a evolução pra enfrentar esses próximos 20 jogos.

E, principalmente, é hora de acreditar.

O Fluminense está ocupando o lugar que ele deve ocupar sempre. O topo da tabela não pode ser visto com surpresa ou como acaso.

O ano é atípico. Os elencos, excetuando uns dois ou três, são parelhos. O tempo pra treinar inexiste pra muitos times que estão envolvidos em outras competições.

Num campeonato de grande equilíbrio, de muito nivelamento, o pensamento deve ser o de brigar por coisas importantes e não pelo décimo lugar ou meio de tabela (fala do Angioni há alguns meses).

Já tem até tricolor falando em título. Eu ainda acho que a briga é outra. Mas time grande que tá ali em quarto lugar precisa pensar em taça, afinal, é essa sua missão.

Saudações Tricolores!