Confira novo post de Dedé Moreira
Covarde, retranqueiro, ultrapassado…
Não foram poucos os rótulos quando Mano assumiu.
Eu, que não gosto deles, preferi esperar. E ver como seria o Mano do Fluminense.
Achei muito bons alguns times que o Mano treinou, outros não, mas cada trabalho é um trabalho e a gente precisa analisar o presente, sem se prender a achismos, ou pré conceitos.
Não, o Mano do Fluminense não é covarde, não é retranqueiro e não é ultrapassado.
O Fluminense é um time que se utiliza de uma forma de jogar agredindo seu adversário muitas vezes no ataque, com ataques diretos e em velocidade.
Algo que 10 entre 10 dos melhores times do mundo fazem.
No momento defensivo, por exemplo, a marcação é bem mais adiantada do que a do seu antecessor, Fernando Diniz, que preferia o time em bloco mais baixo.
O Flu do Diniz, tido como um treinador ofensivo, marcava sim mais baixo que o Flu do Mano de uma forma geral.
E aqui não se trata de um estar certo e o outro errado. Cada um tentava resolver os problemas do jogo à sua maneira.
Diniz recuava o time pra proteger uma última linha sem condições de defender espaço nas costas e pra , na retomada, o time estar próximo pra começar a fase de construção, a melhor parte do seu trabalho.
Já Mano opta por um modelo de mais agressividade pra roubar e sair em transição, a melhor parte de seu trabalho.
O futebol não tem fórmulas prontas.
Por isso, eu sou a favor da gente analisar o jogo.
E o primeiro Fla-Flu das finais não mostrou um Flu acovardado.
Muito pelo contrário. O Fluminense manteve seu modelo de tentar pressionar mais à frente, mesmo diante de um Flamengo que recentemente aplicou uma surra na final da Copa do Brasil quando foi instado a sair desse tipo de marcação.
O Fla faz isso muito bem. Rossi sabe jogar, Leo Pereira e Ortiz sabem jogar, Pulgar e De La Cruz sabem jogar, Wesley tem mobilidade pro arraste e Gerson além de saber ocupar espaço nas costas do lateral que sobe, consegue segurar a marcação, girar, porque é forte e muito habilidoso.
Mas o Flu persistiu, buscou, sofreu em algumas oportunidades, mas não abandonou sua forma de jogar. Isso é coragem.
Quando a gente se debruça sobre as estatísticas desse jogo, quando aguça o olhar deixando de lado algo pré determinado, a gente vai notar um jogo muito equilibrado em que a vitória do Fla foi construída no detalhe.
Uma bola muito difícil, mas defensável que o espetacular Fábio não pegou, um gol cara a cara perdido pelo Arias e outro na pequena área no fim do jogo, os erros seguidos do Ignacio na saída de bola no segundo gol do Fla fizeram a diferença.
Não foi um bom jogo do Fluminense, é preciso admitir. Mas também não foi um bom jogo do Flamengo. Por isso ganhou quem não errou, ou quem errou menos se preferirem.
O Flamengo é favorito. Aliás, desde que a implosão do Clube dos Treze se deu e o futebol brasileiro foi projetado pra ter dois ou três gigantes em detrimento de doze, o Flamengo sempre será favorito contra qualquer clube.
Mas, em campo, não mostrou essa superioridade que é tão evidente no papel.
E isso é mérito do Fluminense.
Fluminense que teve brio, foi organizado, manteve sua forma de jogar e melhorou muito com as mexidas, num segundo tempo que vinha sendo bem complicado, apesar de ter um banco com menos opções.
O Flamengo terminou o jogo nas cordas, torcendo pra acabar.
Quem disse que não teria jogo , errou. Teve e teve muito.
O Flu precisa melhorar pra ser campeão.
O Fla também.
Está aberto!
Tabelinha