Foto: Marina Garcia/FFC

No texto de hoje eu não vou esmiuçar demais a parte tática como é praxe na coluna. O excelente Carlos Eduardo Mansur (Sportv) o fez brilhantemente na sua coluna no GE e eu sugiro que vocês busquem, é um texto muito didático. Qualquer coisa q eu escrevesse por aqui hoje, ficaria muito parecido com o que ele escreveu.

Fernando Diniz é, disparado, o maior acerto da gestão Mário no futebol. A mesma gestão que o mandou embora em 2019 foi a que o recontratou, num momento em que o treinador, que sempre foi muito bom, sofria rótulos absurdos dados por quem analisa futebol do resultado pra trás.

 
 
 

Fernando é um cara absurdamente corajoso. É muito claro que ele vem buscando com o Keno e o Árias abertos uma alternativa ao seu modelo de 2022. Só que, excetuando o jogo com o Bangu, marcado por uma especificidade de como esse time joga, não havia funcionado.

Reparem como ele é um treinador completamente disruptivo…

O Fluminense faz um primeiro tempo ruim na final da taça GB com o Fla. Ele abre mão do modelo alternativo (com Keno e Árias abertos) e vira o jogo. Vem o primeiro jogo da semifinal. Ele insiste, de novo. Abre Keno e Arias. E o Flu joga muito mal, toma 2 a 0 e desconta num lance casual. Vem pressionado, tendo que vencer o último jogo da semifinal. Qualquer pessoa no mundo voltaria pra sua zona de conforto.

Diniz não. Insiste no modelo e aprimora. Abre os dois pontas de novo, mas dessa vez solta completamente os dois laterais. Porque, reparem bem, é muito fácil enganar hoje em dia.

Um treinador pode chegar numa coletiva e se dizer ofensivo porque joga com três atacantes. Mas o cara prende os laterais, segura dois do meio campo e chega pra atacar só com quatro ou cinco jogadores. Isso não é ofensividade, é justamente o inverso.

O Fluminense no último sábado (18) espaçou completamente a defesa dos caras e entrou como quis e com muita gente. Um baile, uma exibição de gala. Mais uma desse Fluminense que, além de vencer, provoca sensações no torcedor que estavam adormecidas há bastante tempo.

O trabalho é tão bem feito que o Fluminense chega a uma final de Carioca contra um dos maiores Flamengos da história como favorito.

E o trabalho no Flamengo, diferente do que aconteceu nas finais de 2020 e 2021, a chave para os dois títulos deles, vai ser anular o Fluminense. Porque bola, hoje, esse Flamengo não tem mais que o Flu pra ir pra cima.

O Fluminense é o favorito porque possui, hoje, mais elementos que o Flamengo pra vencer partidas. E as tem vencido quando o Fla é o adversário.

Não é ruim ser favorito. Aquela história do “prefiro ser o azarão, o timinho” é papo de torcedor de time pequeno. Time grande é favorito sim, joga e age como favorito e ganha ou perde como favorito. É do jogo.

E essa grandeza no jogar, que devolve o Fluminense protagonista, temido, é o DNA desse trabalho. Não tenham dúvidas. Será uma final jogada pra anular o favorito, o time que joga mais bola.

Vitor Pereira já conseguiu fazer isso na semifinal da Copa do Brasil (contra nós). E, esse é o cuidado que a gente precisa ter com os rótulos, a solução para o jogo contra o Volta Redonda possivelmente não será a solução para o jogo contra o Flamengo. Mas isso é assunto pra uma próxima coluna…

Saudações Tricolores!