Desde a criação pelo seu titular, o excelente Gustavo Albuquerque, esse espaço sempre se caracterizou pela total honestidade com o torcedor tricolor. Nesse contexto seria uma alienação completa vir aqui falar só do Barcelona de Guayaquil e ignorar o Fluminense e seus problemas.
A realidade é clara e grita em alto e bom som. É impossível passar pra semifinal da Libertadores jogando o paupérrimo futebol que jogamos nos últimos jogos. O nível de jogo suficiente para passar pelo Criciúma com extrema dificuldade não basta para as quartas da Libertadores. Não importa qual seja o adversário. Não importa como ele joga. Precisamos conversar sobre isso.
E quando perguntado sobre o assunto, quando questionado sobre a baixa performance do time (mesmo nas vitórias que valeram vaga), quando indagado sobre a dificuldade em agredir o adversário, seja ele qual for, e criar oportunidades de gol, como responde nosso treinador Roger Machado?
Ele responde que pra subir de nível precisa melhorar a solidez defensiva. Que o time criará poucas oportunidades de gol mesmo e que precisará ser eficiente para aproveitar essas poucas oportunidades.
Sério, Roger? Esse é o seu diagnóstico? Ou será que é a sua rota de fuga por admitir sua completa incapacidade em fazer esse time jogar mais?
O Fluminense se resumirá a isso nas mãos de Roger Machado. E não venha tentar me convencer de que é o máximo que o elenco limitado permite. Estamos falando de confrontos contra Criciúma, Cerro Porteño e América-MG… todos inferiores tecnicamente ao Fluminense.
Com o Roger estamos fadados ao fracasso, é questão de tempo. O seu trabalho chegou ao limite que sua baixa capacidade como treinador permite, exatamente como aconteceu em todos os clubes por onde passou.
Em outra resposta evasiva do nosso treinador na entrevista pós-derrota para o América, demonstrando total falta de capacidade de apresentar soluções, ele diz que não vê necessidade de mudança na estrutura do time.
Eu também não vejo, porque o futebol vai muito além da estrutura tática de um time. É possível observar modelos de jogo completamente diferentes a partir da mesma formação tática.
Não considero nem que o problema seja o modelo porque entendo ser possível jogar bom futebol com qualquer modelo, independente de ter minhas preferências. O seríssimo problema do time do Fluminense está no sistema de jogo, na sistematização do modelo.
Vou dar um exemplo claro. O Fluminense frequentemente marca em linha baixa e não tem nenhuma movimentação coordenada para contra atacar. Colocando no popular, fica na retranca sem saída de contra-ataque.
Não existe nenhuma sistematização no Fluminense para a fase ofensiva do jogo. O time nunca sabe o que fazer com a bola, em qualquer que seja a situação do jogo. É por isso que quando perguntado sobre a pouca criatividade do ataque, Roger responde que precisa melhorar a defesa. E lutar, batalhar, guerrear… e só.
Outro elemento do jogo que vai além da estrutura tática é o plano estratégico, a estratégia de jogo. Roger diz que no mundo inteiro os pontas precisam marcar. É verdade. Mas não é verdade que precisam marcar como laterais.
É sim muito possível, Roger, e temos exemplos do nosso lado, adotar uma estratégia agressiva, e usar os pontas marcando na frente, pressionando o adversário. Existe vida além da covardia.
Apesar disso tudo, a minha esperança reside unicamente na capacidade de mobilização que o time já demonstrou ser capaz de apresentar nos momentos mais cruciais. Não é possível suar sangue durante toda a temporada para arrancar vitórias a fórceps. Mas pontualmente em alguns jogos é, e só por isso acredito em uma vitória suada na quinta.
Mas não acredito mais que haja futuro para o Roger no Fluminense.
Precisamos pensar no futuro, pensar em soluções que nosso treinador já demonstrou ser incapaz de apresentar. Precisamos ir além das desculpas vazias das coletivas.
Não dá mais pra empurrar para debaixo do tapete. Todo mundo já percebeu que chegou a hora de mudar.
Para os leitores que me acompanham, eu estarei hoje na Confraria Tricolor no canal do NETFLU no YouTube às 20h e prometo que vou falar sobre o Barcelona de Guayaquil e cumprir o compromisso que tenho com vocês. Hoje o assunto mais urgente era outro.
Saudações tricolores!