Praticamente nenhuma linha do post de hoje será escrita por mim. São três temas, buscados de três fontes diferentes que quero dividir com vocês, que entendo como absolutamente importantes e que impactam direta ou indiretamente na performance de um time de futebol. Verdadeiras aulas pra quem gosta de futebol e do que o envolve.
Recuperação pós jogos
Guarda relação total com essa maratona de jogos a que estamos sendo submetidos, nesse calendário idiota que separa três meses da temporada pra jogar Estadual.
Transcrição: Livro Guardiola Confidencial – Martí Perarnau – Págs 64 e 65.
“Estudos médicos feitos na Itália demostram que a recuperação após cada partida depende da alimentação do atleta. Assim, no terceiro dia após o jogo, quando se alimentou bem, o jogador recuperou 80% do glicogênio dos músculos. Somente 80%! Imagine se ele se alimentou mau… E depois de 4 jogos consecutivos em ciclos de 3 dias, o risco de lesão aumenta 60%.
Nessa sucessão de jogos a cada três dias reside a necessidade de implementar um rodízio entre os atletas.
Atuando com essa frequência, a recuperação nunca supera os 80%, caso se alimente bem (grifo meu).
Isso é terrível para o atleta porque além do risco de lesão, leva a uma grande perda de rendimento. Por isso é importante ter um elenco completo que permita, de vez em quando, deixar alguém fora de uma partida e lhe dar um pequeno ciclo de 5 dias de treinos.”
As perguntas que faço aqui são as seguintes:
Como é a alimentação pós jogos no Fluminense? Há essa preocupação? Os jogadores são liberados logo após os jogos para comer o que quiserem ou há um cardápio específico? Existe um processo de conscientização com os atletas nesse sentido?
Entrevista Quique Setién, ex-treinador do Real Betis (ESP)
Pesquisem sobre ele, falar dele aqui daria um post. Nessa temporada, o seu Betis ganhou de Real e Barcelona fora de casa, façanha que não ocorria há 16 anos.
Um verdadeiro ensinamento sobre convicções, sobre como o processo é cada vez mais importante para uma mudança estrutural e que o futebol não pode mais ser avaliado apenas pelo resultado de domingo e quarta.
“Dizer vamos ganhar porque temos que ganhar é difícil de entender porque isso todo mundo quer.
E esse discurso de ganhar e ganhar chega até os meninos de 8 ou 10 anos e é claro que todo mundo quer ganhar.
Eu já tenho mais de mil partidas como jogador e treinador e isso não acontece se você não tiver ambição e vontade de ganhar. Mas a vitória deve ser consequência de se fazer as coisas bem.
Eu acredito que você trabalha para dar continuidade às coisas, pensando que seu trabalho dure um tempo e não seja fruto de um dia, porque um dia você pode meter um gol, mas você não merecia ganhar.
E eu gosto que minha equipe jogue bem, na maior parte das vezes tendo a bola, porque sei que dessa maneira vou ter mais chances de ganhar do que o rival.
Por mais que às vezes o futebol seja injusto eu sei que, no longo prazo, se eu fizer bem as coisas vou ter mais êxitos que fracassos.
O que as pessoas querem é ver sua equipe ganhar e pra muitos não importa como. Pra mim sim!
Há pouco li uma reflexão de Pedro Delgado que me encantou. Estão dizendo que os vices não servem para nada. Estamos dizendo aos nossos filhos e à nossa juventude que, se não ganha, você não tem valor. E assim vamos criar uma quantidade de fracassados tremenda.
Não devemos valorizar tanto a vitória porque a vitória só um consegue.
Precisamos valorizar o esforço, como você utiliza os recursos que tem. Nós estamos criando uma sociedade onde tudo o que importa é ganhar e não deveria ser isso.
O Método Ekkono
Fonte: http://www.digitalfootballcommunity.com/mundo-futbol/ekkono-metodo-espanoles-tailandia/
Vocês já devem ter lido muito eu escrever sobre como a tomada de decisão correta, como a capacidade cognitiva do jogador, como é importante entender o jogo que se joga, é importante para a performance no futebol moderno.
Pois este é um método que visa justamente isso.
“O que diferencia a Soccer Services de outras empresas de consultoria e serviços de futebol é o Método Ekkono, um sistema de treinamento global baseado na percepção. “Queremos ensinar os jogadores de futebol a jogar de forma inteligente”, resume Marín.
O Ekkono é baseado em quatro pilares: jogos, percepção, questões e conceitos. “Trabalhamos em um conceito baseado em jogos que se parecem muito com situações reais de partida. O jogador não recebe as respostas durante o treinamento. Em vez disso, criamos um contexto que ajuda você a encontrá-los. Nós obrigamos o jogador de futebol a pensar “.
Há duas palavras que aparecem de forma recorrente quando se fala do método Ekkono. Percepção e inteligência.
Tudo tem como objetivo criar jogadores que entendam o que acontece em um jogo de futebol, colete o máximo de informações possível e otimize o processo de tomada de decisões. “Somos especialistas na formação da percepção”. É o ponto básico do Ekkono. O futebol é um esporte em que muitas variáveis intervêm e além das características técnicas ou físicas de cada jogador, aquele que entende melhor o jogo sempre terá um melhor desempenho “.
Soccer Services é a empresa espanhola por trás do método Ekkono. Os dois líderes estão atualmente desenvolvendo esta metodologia no Paris Saint-Germain e em suas carreiras trabalharam com a Federação Japonesa, Finlandesa e também com clubes como o mexicano Pachuca. “Nós nos adaptamos às particularidades de cada país e também de cada um extraímos algo. Ekkono é o resultado de nosso estudo e também do que aprendemos em todo o mundo “.
Essa vocação inovadora em relação à metodologia do futebol também é acompanhada de vanguarda tecnológica. Futebol Services está trabalhando em um sistema de realidade virtual para os jogadores a treinar com o Ekkono integrados em uma plataforma online com uma variedade de atividades de formação: relatórios, sessões de vídeo, programas de treinamento individualizado ou sessões on-line com um instrutor. Todas as posições ao serviço de fabricar os futebolistas mais inteligentes do mundo.”
Assim que eu acabei de ler sobre esse método tive vontade de entrar em contato com essa empresa pra agendar uma conversa. Pensei na base, no Fluminense como um todo. Quem sabe a próxima gestão busque algo parecido?
Por hoje é só. Repito, para deixar claro, nada disso fui eu que escrevi ou inventei. Nenhuma ideia minha. Zero. Está tudo por aí, em arquivos, livros, vídeos.
O que eu faço, e muito, é “roubar” e trazer pra cá. Espero que gostem.
Saudações Tricolores!
Tabelinha
– Teremos que poupar domingo. Difícil pensar ou pedir uma escalação sem saber como estão os caras. Com toda certeza nossa área de fisiologia será ouvida e a gente vai torcer para que o departamento de futebol tome a decisão correta.