1 – Jogar bola
a seguir um Trecho do livro ‘Pepe Guardiola, a Evolução’, da Editora Grande Área:
“Se não se usa o tempo para jogar, é difícil que a equipe avance para dominar o adversário. É preciso passar a bola na hora certa, no lugar certo e no momento certo. Do contrário, quanto antes a bola vai, antes ela volta, mas com um acréscimo: ao ir, a bola vai sozinha; porém, quando volta, tem o costume de retornar com eles, os rivais”
2 – Escolha de um Modelo adequado e específico para esse jogo
Usarei duas definições de Modelo do um texto passado:
Rodrigo Leitão (treinador e professor da Universidade do Futebol) –
que espaços ocupar, como ocupar esse espaço e como agir dentro do
espaço ocupado nos cinco momentos do jogo.
José Mourinho: jogadores pensarem sob a mesma perspectiva nos diferentes momentos do jogo.
Exemplo prático: Será que Egídio, Yago e Dodi pensaram sob a mesma perspectiva no segundo gol do Fla? Não. A superioridade numérica da origem da jogada ( 3 a 2) pro Fluminense termina com dois contra o Muriel.
Será que optaram pelo espaço correto a ocupar? Também não. Aliás, nenhum deles defendeu espaço nenhum. Egídio foi pro enfrentamento e Yago e Dodi esperaram o desenvolver da jogada pra só depois tomar a decisão. Equívoco de tempo e espaço fatal.
3 – Intensidade
Num contexto de velocidade, só que no sentido mais amplo. Velocidade pra chegar primeiro nos espaços disputados. Parte física. E velocidade de tomada de decisão dentro do espaço que está ocupando. Parte mental.
Lembrar que é um jogo cerebral e a concentração é outro fator fundamental que também compõe a intensidade, uma vez que qualquer desatenção relativa ao plano de jogo que foi traçado pode gerar um revés.
4 – Confiança
Há uma semana se discutia o tamanho da goleada . Não aconteceu nada disso. Foram dois jogos de muito equilíbrio. O Fluminense precisa acreditar que tem jogo e chega muito vivo nessa final.
5 – Bola parada contra
Não aconteceu nos dois últimos Fla-Flus, mas aconteceu nos dois anteriores ( 1 a 0 e 3 a 2). Cobrança curta, criação de espaços dentro da área do Fluminense e cruzamento no centro. Dois gols do Bruno Henrique. Esquecer perseguições individuais e marcar zona, ocupando os espaços que podem levar mais perigo.
6 – Ajustar rebotes e coberturas
O Fluminense já levou dois gols de forma bem parecida. Bola parada a favor, perde a segunda bola e a cobertura se desorganiza tentando um bote. Sem bote, mais uma vez, é correr pra ocupar espaços em que as finalizações podem ser mais perigosas.
7 – Última linha defensiva
O Flamengo joga pra movimentar essa última linha e atacar o espaço deixado pelo jogador que sai pra caça. É absolutamente fundamental que Gilberto, Nino, Ferraz e Egídio sigam com a linha montada, mesmo diante de um passe que ache algum jogador deles entre essa última linha e a posterior. Esperem, até onde puder, alguém do meio chegar.
No último texto aqui eu disse que os comportamentos dos jogadores guardam relação com o modelo escolhido pelo treinador e com o instinto de cada um. A caça ao adversário que está a poucos metros é instintiva. Precisam confiar no modelo. Lembrar dos treinamentos. Treinador, analistas, funcionam como facilitadores do trabalho de cada um.
8 – Pressão e agressividade
90 minutos. Sem deixar respirar. Fazer com que essa disputa de espaços se dê, sempre que possível, mais perto do gol deles, porque uma vez ganha essa briga, gerará uma possibilidade de gol.
9 – Coragem. De todos
Todo o planejamento de jogo deve ser realizado pra buscar a vitória a partir do apito inicial. A escalação e as mexidas do Odair ao longo da partida precisam levar em consideração a adequação ao modelo proposto e as fragilidades do adversário, que são poucas. Não é hora do vestiário se escalar. Nunca deveria ser né?
E os jogadores precisam se ajudar. Com a bola, aproximar, buscar os espaços, tentar o drible, o chute, o passe decisivo. Não é hora de especular e nem jogo pra quem se esconde.
10 – Mentalizar
Mentalizem essa taça em Laranjeiras. O adversário fez de tudo pra ser campeão carioca. Treinou clandestinamente antes da autorização, pressionou autoridades pro futebol voltar no meio de uma pandemia e usa a Federação do Rio como um tentáculo de seus interesses.
Mas nada disso adiantou:
O Fluminense é o Campeão Carioca de 2020. Parabéns a todos!