Ironizado pelo jornalista Paulo Cezar de Andrade Prado, responsável pelo “Blog do Paulinho”, o Fluminense foi à Justiça. O profissional chamou o clube de “Tapetense”. Porém, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) não acatou o pedido tricolor para impedir que tal termo pejorativo fosse usado.
“Se nos últimos anos suspeitas de ações de bastidores do futebol pairam sobre a equipe (que passou a ser tratada pelos adversários como ‘Tapetense’), desde a vergonhosa ascensão da Série C para a Série A do Brasileiro, decidida numa canetada, até a provável conivência com a parceira, Unimed, no que seria a compra da alma do presidente da Portuguesa, Manuel da Lupa, que culminou no rebaixamento da Lusa e consequente salvação dos cariocas, mais uma vez encontrar-se-a razões para desconfianças. O Flu é enorme, porém, há anos,encontra-se gerido por pigmeus da moralidade, gente que não percebe o desserviço realizado à imagem do clube, ou, em percebendo, pouco da bola às consequências”, escreveu o jornalista.
Por conta de tal publicação, o Fluminense entrou com uma ação de reparação por danos morais e pedia R$ 50.000,00 de indenização. O caso foi parar na 2ª Vara Cível de Sâo Paulo, sendo julgado pelo Juiz Tom Alexandre Brandão.
Confira trechos da decisão:
“No caso dos autos, considero que não houve qualquer excesso a justificar a retirada da reportagem do ar ou, ainda, a reparação dos danos alegados. A crítica feita pelo réu é absolutamente legítima”;
“Como bem observa a petição inicial e a própria postagem questionada, o clube autor tem uma história fantástica e importância destacada no cenário futebolístico nacional. Mas essa história, para muitos torcedores e amantes do futebol, foi manchada pelo episódio referido na matéria, mais precisamente o acesso direto à Série A do Campeonato Brasileiro por um time que havia disputado (e vencido) a Série C no ano anterior”;
“Perfeitamente possível e até mesmo necessário que sejam feitas críticas à forma pouco profissional como os dirigentes conduzem esse patrimônio nacional que é o futebol. Nesse passo, a alcunha utilizada pelo réu ‘Tapetense’ deve ser compreendida no contexto de exercício legítimo de crítica à organização do futebol nacional, que houve por bem permitir a ascensão do clube autor da Série C diretamente para a Série A”
“Bem faria o clube autor se lutasse por regras mais transparentes e justas no futebol nacional, ao invés de insurgir-se contra quem critica as distorções no cenário esportivo”.
Por conta da derrota, o Fluminense precisa arcar com as custas processuais, mas recorreu e aguarda nova decisão da Justiça.