Ideia é jogar alguns jogos do Carioca no estádio (Foto: Mailson Santana - FFC)

O Fluminense se manifestou, por intermédio de nota, sobre o processo por parte do funcionário Claudio Gomes de Souza, que pede R$ 1,7 milhão na Justiça do Trabalho após ter sofrido acidente nos arredores das Laranjeiras (caiu de uma altura de 26 metros ao realizar a poda em uma árvore) em 2018, ainda na gestão do ex-presidente Pedro Abad, e ficado paraplégico. De acordo com o Tricolor, em nota, ele vem recebendo assistência da instituição. Confira:

“Desde que o caso ocorreu, em 23 de abril de 2018, na antiga gestão, o clube vem dando assistência ao colaborador, incluindo a manutenção do plano de saúde, embora o contrato de trabalho tenha sido suspenso conforme determina a lei. O clube foi notificado da ação somente no mês passado, ou seja, quatro anos e meio após o ocorrido, e apresentou contestação nos autos do processo”.

 
 
 

Claudio foi contratado para atuar como coordenador esportivo do clube, com salário de quase R$ 3.200, mas na carteira de trabalho constava como coordenador de serviços gerais, com função de supervisionar atividades como limpeza, reparos, manutenção de equipamentos e instalações, de acordo com os autos. De acordo com o texto da ação, na prática, o funcionário atuava como um “faz tudo”. Advogado do funcionário, Gabriel Lessa Ferreira afirmou que houve um desvio de função e que o contrato não previa atividade em altura.

— Normas regulamentam serviços para qualquer empresa. Quem tem trabalho em altura precisa ter um profissional da segurança do trabalho, os funcionários precisam passar por treinamento, saber dos riscos – disse o advogado.

O processo, aberto na 51ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, pede cerca de R$ 159 mil por danos morais (50 vezes o salário do funcionário), outros R$ 159 mil por danos estéticos, pensionamento vitalício de Claudio (com base no último salário do funcionário e levando em consideração a expectativa de vida de 73 anos para homens apontada pela IBGE) estimado em mais de R$ 1,2 milhão, e os honorários advocatícios de cerca de R$ 230 mil. Tem ainda a questão relacionada à saúde. Desde que o acidente ocorreu, o Fluminense manteve o plano de saúde de Claudio e sua filha, mesmo com a suspensão de contrato de trabalho, conforme a lei determina em casos como este. Houve uma mudança no plano oferecido a todos os funcionários do clube, porém, a nova modalidade, de acordo com o processo, não tem cobertura total sobre os cuidados que Claudio precisa após o acidente. Segundo a defesa, ele mantém tratamento frequente com suporte de enfermagem, fisioterapia, psicologia, neurologia e nutrição, além do tratamento medicamentoso, todos por toda a vida.

— Foi alteração geral, mas o clube deveria ter a sensibilidade de manter o plano melhor. Ele deixou de fazer atendimentos e exames que precisava porque não tinha condições de arcar, precisou suspender e reduzir esses atendimentos. Ele conseguiu recentemente o reembolso de alguns procedimentos, são dois reembolsos por semana, mas ele precisa fazer fisioterapia diariamente, e o plano não cobre fisioterapia todo dia – disse o advogado do funcionário.