(Foto: Nelson Perez/FFC)

Após revirar as contas de seu antigo aliado, Peter Siemsen, Pedro Abad encontrou muito mais dívidas do que qualquer tricolor podia supor que existissem. Em 2017, o Fluminense contabilizou R$ 631 milhões pendurados. O clube tem dívidas bancárias altíssimas, acima dos R$ 110 milhões, ao mesmo tempo em que deve R$ 221 milhões ao governo por calotes em impostos e R$ 239 milhões em dívidas trabalhistas, resultado de salários e direitos de imagem que foram prometidos a jogadores no passado, mas nunca foram pagos e ensejaram ações judiciais contra o clube.

Para o torcedor que não tem a dimensão exata dos efeitos práticos de tantos débitos, a dívida bancária é problemática porque coloca juros sobre os ombros tricolores. Só em 2017 foram perdidos R$ 11 milhões com eles – um dinheiro que não diminui um centavo do endividamento, nada além de remunerar quem emprestou a grana. Os credores são variados. Há empréstimos de instituições financeiras como XXII Capital, BMG, BCV, Lecca e Banco Plural. E há empréstimos de não financeiras.

 
 
 

No ano passado, o Fluminense vendeu o atacante Richarlison para o Watford (ING) por 12,5 milhões de euros, só que o dinheiro não entraria de uma vez. A primeira parcela foi paga de imediato, e a segunda tem vencimento em agosto de 2018. Abad entregou esse crédito na mão de um fundo chamado Star Fund Managers, que lhe adiantou o dinheiro e pôs juros em cima dele.

No início deste ano, uma tutela provisória expedida por um juiz determinou que o Fluminense teria de recolher 15% de todas as receitas obtidas, e não mais 30%, e usá-las para pagar a Fazenda Nacional. Esse dinheiro poderia bancar salários de jogadores, ser investido em infraestrutura ou na aquisição de reforços, mas é levado pelo governo por todos os anos em que cartolas tricolores deram calotes no poder público.

(Infográfico de Giovana Tarakdjian)