A possível volta das atividades relacionadas ao futebol em meio à pandemia do novo coronavírus divide opiniões entre clubes, governos, entidades esportivas etc. No momento, o Governo federal, na figura do presidente Jair Bolsonaro, quer o retorno das competições, assim como Ferj, Flamengo e Vasco. Já governos estaduais, a própria CBF e clubes como Fluminense e Botafogo não vêem condições de um recomeço neste momento.
Com a ameaça de muitas empresas de tirarem o time de campo nos patrocínios, a CBF sofre pressões nos bastidores para a retomada. Nas conversas com alguns dirigentes, interlocutores de Jair Bolsonaro indicam que o futebol pode servir como exemplo de que a reabertura gradual da economia pode dar certo. Ele, inclusive, sugeriu Brasília para a continuidade do Campeonato Carioca e recebeu sinal verde do governador Ibaneis Rocha.
Frente a tais pressões, a CBF, contrariada, aprovou a volta dos treinamentos em maio. A entidade faz o meio-campo com as federações estaduais. A Comissão Nacional de Médicos do Futebol (CNMF), presidida por Jorge Pagura, já fez um manual para o retorno das competições, dentro do isolamento social, mas segurou a divulgação para não parecer que quer precipitar a volta em meio ao crescimento de mortes pelo coronavírus.
No Rio de Janeiro, Flamengo, Vasco e Ferj tentam sensibilizar o governador Wilson Witzel e seu secretário da Saúde para a liberação dos treinamentos.
O Fluminense, por intermédio do presidente Mário Bittencourt, e o Botafogo, com Carlos Augusto Montenegro, membro do comitê gestor do Botafogo, estão alinhados com a CBF, que também não vê condições de determinar qualquer data para o retorno das atividades.