O Fluminense havia vencido no jogo de ida da final do Campeonato Brasileiro Feminino Sub-18, contra o Internacional pelo placar de 2 a 1, em Laranjeiras. Na partida de volta, derrota por 4 a 1 no tempo regulamentar, mas sem o critério de saldo de gols no regulamento, a decisão foi para os pênaltis, e aos 16 anos de idade, Ravena de Jesus Silva brilhou na disputa, defendendo quatro cobranças e ajudando a conquistar o título inédito da competição.
Natural do Piauí, em São Raimundo Nonato, Ravena começou sua carreira como atleta no projeto Veneza, onde permaneceu por três anos, atuando apenas com meninos. Em busca de novas oportunidades de emprego, dona Edna, mãe de Ravena, decidiu tentar a vida no Rio de Janeiro, e na chegada, a menina entrou no projeto Colorado, mas não atuava como goleira.
– Eu era atacante, mas sempre que o meu time precisava de alguém para agarrar eu sempre ia. Eu era apaixonada por jogar na linha, fazer gol e comemorar com toda a equipe, porque o goleiro sempre fica sozinho comemorando. Fui jogar um amistoso com o projeto, o Colorado, no aterro do Flamengo, e estávamos sem goleira, eu me ofereci para agarrar. Tinha várias pessoas na plateia, uma delas me emprestou uma luva, porque eu estava agarrando sem luva – disse.
No final de 2018, Ravena participou de uma peneira do Fluminense, em Laranjeiras, e passou.
– Não esperava jogar no Fluminense, é um sonho estar jogando nesse clube. No início da carreira, no projeto, alguns meninos me apelidavam, me chamavam de moleque macho, mas mesmo assim eu não desistia, porque o meu amor pelo futebol sempre foi maior do que as dificuldades – concluiu.