Ex-técnico do Fluminense comenta sobre quem ajuda no seu trabalho
Em declaração para o site Globo Esporte sobre a sua visão sobre a pressão que o futebol proporciona aos todos os envolvidos no esporte, Fernando Diniz revelou ajuda de Paulo Angioni, diretor executivo de futebol do Fluminense desde 2018. Angioni estava nas duas passagens do técnico no Tricolor.
— Eu tento oferecer o máximo para poder tirar essa pressão, porque o futebol é um esporte muito castrador. É muito difícil ser jogador de futebol e quanto mais você vai subindo, até o nível máximo que é a Seleção, pior é. Tem um monte de jogador que está na Seleção e você sabe que joga muito mais do que aquilo que está jogando. Por que não joga? O cara precisa de ajuda, precisa entender o que é. A maioria das vezes não é uma coisa tática, é o cara poder ser ele mesmo, arriscar, ter vontade de ser ele. E a gente não pode ceder à pressão. Eu vi uma entrevista do Sávio em que ele falava: “vi muita gente ser engolida no Real Madrid pelo Santiago Bernabéu”. E a Seleção vai engolir muita gente. O futebol engole muita gente talentosa. E na vida também é assim, não são os mais talentosos necessariamente que vão vingar. Mas, se a gente conseguir ajudar mais, a gente vai perder menos talentos.
— De maneira prática, acho que a pessoa que mais me ajuda é minha esposa, que é uma grande parceira. Eu faço terapia até hoje, e os jogadores me ajudam muito. No Fluminense conversava muito com o Paulo Angioni, sempre tem gente para conversar. E os jogadores devolvem muita coisa para mim. A minha maneira de me relacionar com os jogadores eu acho que é diferente, isso eu sei que é diferente. Quando eu joguei, eu sentia muita falta de ouvir… Era aquela coisa: jogador está lá, depois está aqui, e aí se ganha o cara é bom, se perde o cara é ruim. E não é que perde e o cara é ruim como jogador, parece que ele passa a ser ruim como pessoa, as pessoas vão se afastando e você vai perdendo.