(Foto: Arquivo pessoal/FFC)

Somando dez anos de Fluminense, incluindo base e profissional, e sendo um dos principais destaques das Guerreiras do vôlei, Lelê é xodó da torcida tricolor. Mas a maior fã da líbero encontra-se dentro de sua casa. Neste Dia das Mães, a atleta e sua mãe, Isabel Moura, relembram algumas “loucuras” que marcam o amor de mãe na trajetória da tricolor no esporte.

Com pai ex-jogador de futebol e irmã também jogadora de vôlei, a ex-Fluminense Júlia Moura, Lelê cresceu em uma família em que o esporte sempre foi influente e levado a sério. O apoio incondicional de sua mãe é a prova disso. Como contou a atleta, sua progenitora sempre foi a todos os cantos apoiá-la e, quando nem tudo estava perfeito, sempre levou o conforto e o incentivo através das palavras certas.

 
 
 

– Na base, eu acho que a minha mãe não faltou um jogo meu, e se faltou foram um ou dois no máximo. Nessa pequena carreira que eu tenho, que está só começando, tê-la por perto é fundamental em vários momentos. Na vida de atleta, às vezes passamos por momentos ruins, em que pensamos em jogar tudo para o alto, mas ela sempre conversou comigo e soube as melhores palavras para me confortar e me colocar para cima. Independente de tudo sei que ela sempre vai estar do meu lado – disse.

O desejo e o prazer de acompanhar cada passo da filha renderam histórias inesquecíveis para a relação das duas, que relembraram momentos curiosos e emocionantes.

– Tem uma história bem legal, que eu guardo com muito carinho até hoje. Em uma Taça Paraná que eu e minha irmã disputamos, cada uma em sua categoria, nossa mãe só podia estar presente até a terça-feira por conta do trabalho, o que a faria perder as semifinais e finais, que aconteceriam na quarta e quinta. Ela ficou arrasada, chorou e tudo, aquele negócio de mãe. Na quarta, enquanto ela trabalhava, me classifiquei para a final marcada para quinta, que era feriado. O jogo seria cedinho, e ela, sem eu saber, pegou o primeiro voo do dia. Quando a partida estava começando, ela apareceu lá atrás gritando ‘Filha, eu cheguei, eu vim’. Acabei sendo campeã e eleita a melhor líbero da competição. Na hora da entrega do meu troféu, ela entrou dentro de quadra para me entregar. Foi muito legal, ela fez questão de ir sabendo que era importante para mim e minha irmã, que também acabou campeã – contou Lelê.

Além de fazer com que atravessar estados pareça algo simples, Isabel relembrou como também deu um jeito de estar presente, mesmo sem ser fisicamente, em outro continente.

– Quando a Lelê tinha 15 anos, ela foi disputar um Mundial escolar de vôlei de praia em São Tomé e Príncipe, na África, e não havia transmissão. Eu procurei em tudo nas redes sociais por alguma alternativa, e acabei fazendo amizade com uma menina que iria ao jogo. Ela gravou lances para mim e fizemos até ligação de vídeo. Quando a Lelê venceu, a menina a chamou dizendo que eu estava no celular vendo tudo, e minha filha foi correndo, sem entender nada, falar comigo. Nunca me esqueci desse episódio, até pouco tempo essa amiga que fiz falava comigo pelo Facebook.

E quem pensa que no adulto a relação mudou, está completamente enganado. Apesar das maiores dificuldades para acompanhar cada passo, Isabel segue se fazendo presente da forma que for possível.

– A Superliga dura sete, oito meses, e a Lelê viaja pelo menos uma vez por semana, fica difícil acompanhar tudo. Mas nos falamos sempre, antes e depois dos jogos – disse a mãe.

– Ela vai em todos jogos da Superliga aqui no Rio, e sempre leva a nossa família, os amigos. É muito gratificante receber tanto apoio assim – se declarou a filha.