Suspenso na última rodada por conta do terceiro amarelo, André retorna à equipe do Fluminense após ter sido substituído por Felipe Melo na vitória sobre o Cuiabá, no último domingo, no Maracanã. O jovem de 21 anos repete o sucesso precoce de Felipe ao despertar a cobiça da Europa ainda muito novo e busca beber da fonte de sabedoria do veterano que agora é seu reserva.
A dupla tem outras características em comum além da posição dentro de campo. Em 2001, ano em que André nasceu, Felipe Melo iniciava sua carreira como jogador profissional, no Flamengo. Após bom desempenho na equipe, defendeu o Cruzeiro em 2003, ano da tríplice coroa. Com os mesmos 21 anos que André tem hoje, Felipe também se mostrava consolidado no futebol brasileiro.
Em 2004, no entanto, acabou caindo para a segunda divisão com o Grêmio. Apesar do mal resultado, o volante despertou o interesse do mercado europeu e teve sua primeira experiência internacional. Foi para o Mallorca, da Espanha, onde ficou alguns meses antes de defender o Racing Santander. Na sequência, vestiu a camisa do Almería, até deixar o futebol espanhol para ter sua primeira grande passagem pela Europa. Em 2008, defendeu a Fiorentina e teve sua primeira convocação para a seleção brasileira, em um amistoso contra a Itália.
O resto é história. Felipe Melo se consolidou na Europa, defendeu Juventus-ITA, Galatasaray-TUR — onde se tornou ídolo — e Internazionale-ITA. Disputou a Copa do Mundo de 2010, mas acabou ficando marcado pela expulsão nas quartas contra a Holanda. Em 2017, voltou ao Brasil para defender o Palmeiras, onde foi campeão brasileiro (2018), da Copa do Brasil (2020) e bicampeão da Libertadores (2020 e 2021).
Já André chegou ao Fluminense com apenas 12 anos e se formou nas categorias de base do clube. Em Xerém, não conseguiu se firmar nos primeiros anos e foi mudando de posição até se achar no meio de campo entre 2015 e 2016, sendo capitão da “Geração de Ouro”. No início do profissional, no entanto, jogou pouco e quase acabou emprestado. Ele tinha propostas do Botafogo e do CRB, mas a grave lesão de Hudson mudou os planos e fez o volante ganhar uma nova oportunidade.
Promovido a titular absoluto em 2021, quando foi eleito a revelação do Brasileirão, o jogador vem sendo um dos xodós da equipe desde então. Consolidado, passou a despertar interesse do mercado europeu. Em junho deste ano, o Fluminense renovou o contrato do jogador até 2025, e o presidente Mário Bittencourt descartou a venda do volante na janela do meio do ano. Ao que tudo indica, a Europa vai ter que esperar, o que não parece preocupar o jogador, que vem repetindo o discurso de pensar no Fluminense.
Peça fundamental no esquema utilizado pelo técnico Fernando Diniz, o volante é o jogador o líder no Fluminense em desarmes, interceptações e passes certos no Brasileirão.
O destino da dupla de uniu em 2022. Felipe Melo desembarcou no Fluminense no início da temporada e chegou a ser titular no esquema de três zagueiros de Abel Braga. Apesar do título do Campeonato Carioca, a equipe só passou a apresentar um futebol mais vistoso e equilibrado já com Fernando Diniz, com André seguindo na equipe titular, e Felipe no banco. A mudança, no entanto, não diminuiu as trocas entre os dois volantes.