Disponiblizado pelo jornalista Lauro Jardim, o trecho do e-mail de setembro de 2014 de Pedro Abad para a Flusócio, grupo do qual faz parte, questionava contratos com algumas empresas que considerava lesivos ao clube. Porém, de acordo com reportagem do jornal O Globo, não foram contestados pelo Conselho Fiscal, presidido pelo candidato. No e-mail, Abad diz que o presidente do Fluminense “mente, não é firme, irrita”.

Apesar das críticas, o objetivo principal do e-mail era mostrar a alguns integrantes da Flusócio, que queriam a saída de Peter, que não era a hora de isolar o presidente e permitir o crescimento da oposição. Como presidente do Conselho Fiscal do clube (um órgão que deveria ser independente), Abad, caso tenha encontrado alguma irregularidade nos contratos, de acordo com o estatuto do clube, deveria ter tomado uma atitude.

 
 
 

O NETFLU obteve, com exclusividade, o e-mail na íntegra (transcrição abaixo). O site número 1 da torcida tricolor apurou que as empresas citadas são a FSB, contratada para cuidar da comunicação do clube, e a Probid, responsável por toda a área de TI (Tecnologica da Informação) do clube.

No e-mail, Pedro Abad diz que seria uma opção ruim a saída de Peter, pois as duas pessoas que estão na linha de sucessão não seriam preparadas: Ricardinho (Ricardo Martins), vice-presidente geral do clube, e Marcus Vinicius, presidente do Conselho Deliberativo do clube. Ambos estão no cargo até hoje. O primeiro apoiando a candidatura de Celso Barros. A preocupação era com o futuro da Flusócio e, posteriormente, do clube.

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Vou me manifestar sobre isso um pouco mais detalhadamente

As pessoas daqui que não tem contato contato direto com o Presidente estão revoltados com ele. De fato, ele mente, não é firme, irrita. Mas posso garantir que quem está perto, como em alguns momentos eu estou/estive, a irritação é MUITO maior. É difícil engolir as mentiras sendo ditas na sua cara como se fossem verdade. É duro ver a falha na defesa institucional, na condução de 2013 do futebol, nos contratos lesivos (FSB, Probid, etc.). É tudo contra o óbvio. Dói exatamente por isso.

É óbvio o que deve ser feito. Como sempre foi e nunca foi feito. Mas tem outras obviedades que foram feitas. Pensamentos no ótimo e esquecemos do bom. A turma que nunca fez o óbvio tá aí, detonando a Flusócio, detonando Peter, pregando terra arrasada. Querem aniquilar o movimento que, sim, é um processo longo. Não temos apito amigo, não temos accordo docinho com a PGFN, não temos patrocínio estatal, não temos Globo, não temos nada a não ser a Flusócio, como grupo organizado, e algumas pessoas isoladas. Quem vocês acham que vai oferecer apoio? Os mesmos de sempre.

A minha pergunta é: queremos mesmo que Peter saia da Presidência (ou que seja expelido de lá por uma conjuntura de total adversidade política, financeira e esportivo)? Queremos colocar Ricardinho ou Marcus Vinícius (gosto dele pacas, mas é o cara?) com a caneta? Uma eleição agora vai ser boa para o clube? Temos quem apoiar? Temos como negociar com um candidato hipotético apoio a propostas tendo dele a ciência do abandono ao presidente anterior?

Porque é esse cenário que PODEREMOS ter (não é ameaça, é a minha visão do que PODE acontecer). Se não for esse, teremos uma pessoa absurdamente isolada tocando uma bomba relógio. Alguém se manteria num cargo a remuneração zero, n horas por dia, perdendo convívio com os filhos, arriscando patrimônio e isolado?

Eu fui indicado para sócio do Fluminense pelo Braz, ex-presidente do CDel. Ele é do DEM e eu entrei no clube dias depois das eleições de 2007, quando disse para ele: “sacanagem o que fizeram com o tal do Peter, essa TC sacaneou muito hein, poderíamos ganhar”. Não conhecia Flusócio nem DEM. Ele ficou constrangido, me dizendo que já se sabia que seria assim, por isso e aquilo outro. Peguei ódio mortal “daquela” TC. Hoje o pé atrás já desapareceu porque as pessoas mudaram muito. Eu acho que PODE acontecer o mesmo com a Flusócio.

A gente estar enfraquecido como grupo e com pecha de saltadores de barco é um tiro no nosso futuro. Mais uma vez, minha opinião. Resumindo a minha opinião: sair da gestão é dar brecha para o retorno dos de sempre e uma atitude de consequencias imprevisíveis à imagem da Flusócio, com pouco ou nenhum resultado prático de benefício ao clube.

Pedro Abad