Nobres tricolores,
há uma orientação editorial no NETFLU para que os blogueiros postem, pelo menos, uma vez por semana. Recomendação essa que um dos fundadores e editor do site não consegue cumprir à risca. Está difícil. Quando pinta aquela vontade de escrever, seja depois de uma vitória no Fla-Flu ou de uma derrota subsequente, bate o desânimo. Que tem como causa a fadiga mental.
É suplicante assistir aos jogos do Fluminense. Proveniente de uma geração que viu o clube no fundo do poço, me sinto como há duas décadas. A diferença são os pelos no rosto e o início da falta deles mais acima. Em campo, pouca distinção para aquele escrete de Gil Baiano, Viana, Toninho El Bíblico e afins.
Triste constatar o período sorumbático pelo qual passa uma parte da galera. A mediocridade tomou conta. Uma lavagem cerebral que anestesiou o pessoal ao repetir o discurso dos senhores da razão de que este Fluminense é para um futuro que não chega jamais.
O Fluminense, do presente, futebolisticamente, é um nada. Exceto a conquista da Copa da Primeira Liga, que, ao contrário de muitos, valorizo, ao invés de supervalorizar, são três anos de neurastenia. Como nos tiraram o Maracanã, não consigo me divertir na tv assistindo o time que escolhi torcer. Isso é muito sério.
São três anos de negligência ao carro-chefe do pioneiro do outrora ludopédio. Inúmeras contratações equivocadas, que, novamente, me fazem duvidar da sanidade mental de quem as realiza ou das boas intenções.
O que queremos é um Fluminense forte, vencedor, competitivo. Não um Fulham brasileiro, como alguns acreditam que o Tricolor seja. Esse time espantoso, horrendo, dantesco, como bem atestou o camarada Bruno Leonardo no twitter, é um Figueirense com grife.
O Flu de 2016 é, sem medo de errar, um dos mais fracos das últimas épocas. Não há resistência quando uma equipe é composta de jogadores medianos e ruins. Você tira ali o Gustavo Scarpa, que vive má fase, o Douglas, pela sua lucidez, e acabou, amigos. O Fluminense é um catadão de atletas de nível de Chapecoense, Vitória e Avaí.
Os gols desse time no Brasileiro, invariavelmente, são mais demérito dos outros do que mérito nosso. Ou seja, estamos com sorte. Permanecer no meio da tabela é sinal que os Deuses do Futebol conspiram a nosso favor. Mas não há ajuda eterna a quem não trabalha.
Gabam-se de Xerém, que, em estrutura, dá banho em muitos clubes. Mas cadê a capacidade profissional para que os moleques da base, pelo menos, façam parte do elenco profissional? Por que contratar Maranhão, Dudu e William Matheus se na Baixada existem jogadores de mesmo nível ou melhores?
Sendo honesto, não posso reclamar que não investiram. O Fluminense nunca gastou tanto quanto neste ano. Mas o desespero e o despreparo assolaram o planejamento para um elenco competitivo.
Richarlison pode ter futuro, acredito nisso, mas será mesmo que investir R$ 10 milhões numa promessa de Série B foi uma solução engenhosa para um clube que tem prezado pagar dívidas mais do que tudo?
Henrique, que tanto elogiei, e me arrependo, aos 29 anos, vale R$ 8 milhões? Renato Chaves, até então, quarta opção para a zaga, justifica R$ 3,5 milhões de investimento? Maranhão. Isso, mesmo, MARANHÃO, conforme apuração do excelente Paulo Brito, repórter do NETFLU, é digno de R$ 100 mil mensais mais compra no valor de R$ 1,8 milhão?
São inúmeros equívocos. Gente que se vangloria de quitar débitos, de austeridade financeira, mas que, ao mesmo tempo, não reconhece o dinheiro jogado no ralo.
Existe uma contradição maior do que DAR um ídolo para um rival nacional alegando contenção de gastos e renovar os contratos de Pierre e Giovanni? Para não ficar repetitivo, pois o amigo Marcos Caetano abordou com primor o tema, se há uma crise, qualquer empresa séria cortará na carne daqueles que produzem pouco. O funcionário de salário alto, mas de entrega, fica até que todos os inúteis sejam afastados.
CT é do caralho. Bato palmas para a aquisição. Um legado valoroso da gestão Peter. Porém, cai no mesmo evento de Xerém. Estrutura sem preparo profissional de nada adianta, vide Atlético-PR, com um centro de treinamento de excelência e estádio moderno.
Ídolos vão, desqualificados chegam, o torcedor sofre e, mais uma vez, fica o anseio pela chegada de um fim de ano com pequenas escoriações. Triste rotina.
O grande desafio do sucessor do Peter é conseguir o equilíbrio entre um clube saneado financeiramente com um time de futebol que dê orgulho. Se você, candidato, não acredita nesta coexistência, desista. Passe o bastão para quem reconhece de verdade o propósito de o Fluminense FOOTBALL Club existir. Chega de sobreviver.
- Giovanni não tem condições de compor elenco de um clube como o Fluminense
- Maranhão bom é o estado
- Dudu me parece mais um ciscador do que jogador
- Douglas é o único que reconhece a bola como uma esfera
- Scarpa no sacrifício? Ruim para ele e para o time
Siga-me no twitter: @LeandroDiasNF