(Foto: Nelson Perez - FFC)

O Fluminense tem um início complicado de ano e seu time está enfraquecido em relação ao ano passado. Ex-vice de futebol, advogado e candidato derrotado na última eleição, Mário Bittencourt está preocupado. Ele destaca as saídas de jogadores por questões políticas e lembra que dificuldade sempre houve desde a saída da Unimed, mas as equipes nem sempre estiveram com tantos problemas.

– Eu diria o seguinte: o time teve perdas importantes e perdas por questões políticas. Isso vem destruindo o elenco do Fluminense. Digo isso porque tivemos um ano de 2015 com extrema dificuldade. As pessoas esquecem isso, mas foi o posterior à saída de um patrocinador que ficou 15 anos fazendo altos investimentos. Foi um ano de reconstrução, de mescla, de jogadores da base com grandes jogadores que conseguimos manter naquele momento e com outros que chegaram como aposta e acabaram não dando certo. Mesmo assim, não fomos bem no Brasileiro, mas chegamos a uma semifinal de Copa do Brasil contra o Palmeiras. Chegou 2016 e houve a dispensa de alguns jogadores sem prejuízo à instituição. Saíram 13 e quando saí da vice-presidência em fevereiro de 2016, quando o presidente me tirou, se lembrar, o Fluminense tinha no elenco jogadores como Jonathan, Fred, Diego Souza, Richarlison, Marlon, o próprio Edson que nos atendia bem naquela posição. Tinha a subida do Douglas, Wendel vinha subindo. Tinha uma série de jogadores. No meio de 2016, o clube se desfaz do Fred, do Marlon, do Diego Souza, traz oito ou nove jogadores, não avalia capacidade dos jogadores. Não vou ficar jogando pedra nos que vieram e quem trouxe até porque dentro desses vieram Henrique Dourado e Wellington Silva, que se tornaram importantes. Mas tivemos chegadas de um grupo na época de Danilinho, William MAtheus, Dudu, Maranhão. Chegaram posteriormente à minha saída e falo isso porque muitas pessoas jogam na minha conta esses jogadores. Digo que não, mas também não estou criticando. E o clube se desfez de jogadores importantes como Fred, Diego Souza e Marlon. Aí em 2016 fazemos novamente um Brasileiro muito ruim. Imaginei que teria uma reestruturação, mas com uma base para 2017/2018. Em 2017 fazemos mais uma vez um Campeonato Brasileiro ruim, eliminados de todas as outras competições e o que se vê em 2018 é mais uma vez o clube se desfazendo dos principais jogadores do ano anterior. Vocês vão se lembrar que ao final das competições o Abel deu uma entrevista muito longa e uma das perguntas foi: “Ao que você atribui o fato do Fluminense se manter na Primeira Divisão?” Ele disse: “principalmente aos jogadores experientes. Queria agradecer ao Diego, Gum, Henrique Dourado, Henrique zagueiro, porque foi eles que seguraram essa bronca pra mim”. Aí em 2017, o clube se desfaz do Richarlison no meio do ano, e ao final se desfaz de Wendel, Henrique, Diego Cavalieri, Henrique Dourado e Gustavo Scarpa. Você tirou pelo menos 60% dos jogadores que compõe esse elenco e eram a base. Fazer uma avaliação nessas primeiras rodadas, óbvio que o elenco está enfraquecido. Só vamos ter uma visão mais completa no Brasileiro, que é onde se demonstra a capacidade de fazer futebol. O Carioca é charmoso, queremos ganhar. Mas muitas vezes um time ganha o Estadual e cai no Brasileiro. Isso aconteceu com o Vasco em 2015. Isso só vamos ter ideia ali pra julho. Com as perdas, acho difícil. Mas não sou profeta. Pode ser que o time encaixe. Temos um treinador experiente, identificado. Vamos torcer – disse.