Willian Bigode foi bicampeão carioca em sua passagem pelo Fluminense (Foto: Maílson Santana/FFC)

Dois jogadores que tiveram passagens pelo Fluminense e foram companheiros de Palmeiras, Gustavo Scarpa, atualmente no Atlético-MG, e Willian Bigode, do Santos, agora se enfrentam fora dos campos. A disputa é no tribunal. O meia atleticano pediu na quarta-feira o bloqueio de mais de R$ 5 milhões do atacante relativos à sua rescisão de contrato com o Tricolor. A situação ainda diz respeito ao caso das criptomoedas.

Informa a ESPN que a petição do meia mostra que Willian tem R$ 7.209.265,88 a receber do Fluminense pelo encerramento do contrato entre as partes, em 18 de janeiro deste ano. A defesa de Scarpa destaca que, deste valor, R$ 2.188.491,18 devem ser retidos pela Justiça por ordem da 14ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) para compensar o lateral-direito Mayke, do Palmeiras, outra vítima no caso das criptomoedas.

 
 
 

Desta maneira, restariam R$ 5.020.774,70. A defesa de Gustavo Scarpa pede que tal valor seja bloqueado e depositado numa conta judicial, “a fim de garantir eventual execução/cumprimento de sentença”.

Na petição, os advogados do meia atleticano destacam ainda que tal valor não comprometerá a renda familiar de Willian em virtude do patrimônio construído pelo jogador em sua carreira profissional.

“Destaca-se, ainda, que caso arresto seja deferido por Vossa Excelência, não há qualquer risco de irreversibilidade dos efeitos da decisão, bem como o valor será levantado apenas ao final do trânsito em julgado da sentença condenatória dos réus, ou seja ao final do processo, o que não acarretará ao réu Willian comprometimento da sua renda familiar, tendo em vista o patrimônio já construído durante a sua carreira profissional”, escreveram.

O juiz Danilo Fadel de Castro, da 10ª Vara Cível do TJ-SP, julgará o pedido de Scarpa.

Gustavo Scarpa perdeu R$ 6.300.000,00 em investimentos feitos na operadora de criptomedas Xland, indicada a ele pela WLJC Consultoria e Gestão Empresarial, empresa de aconselhamento financeiro de Willian, sua esposa (Loisy) e mais uma sócia (Camila Moreira). Mayke, por sua vez, pede no momento o montante de R$ 8.514.365,64, em valores corrigidos e atualizados em outubro do ano passado.

O caso se arrasta desde 2022 na Justiça. À época, o trio atuava junto no Palmeiras. Willian Bigode se transferiu para o Fluminense pouco depois.

Willian defendeu o Fluminense entre 2022 e 2023, com 57 jogos, seis gols e cinco assistências. Foi bicampeão carioca no período. Não chegou a participar da campanha do título da Libertadores no ano passado, pois se transferiu ainda no início da temporada para o Athletico-PR.

Já Gustavo Scarpa, por sua vez, é cria de Xerém e atuou pelo clube entre 2014 e 2017. Disputou 154 jogos, fez 26 gols e deu 40 assistências. Foi campeão da extinta Primeira Liga em 2016. Deixou o clube de maneira polêmica em 2018 rumo ao Palmeiras após pedir o desligamento na Justiça alegando atrasos em pagamentos.