Em entrevista ao jornal O Globo, o ex-presidente do Botafogo, Carlos Augusto Montenegro, defende o fim dos salários astronômicos do futebol. Para ele, o Alvinegro tem de trabalhar com uma folha mensal de até R$ 1,2 milhão para o clube de General Severiano. Sobre o mesmo assunto, afirma que o Fluminense, sem o aporte de sua patrocinadora, passaria a ser o clube de pior situação financeira do país.
– Vai precisar de criatividade para contratar, trabalho forte na base, botar garotos para jogar e contratar um ou outro astro para compor. E uma comissão técnica normal para poder sobreviver. Se contratar jogador de R$ 300 mil, não vai pagar imposto. Se não pagar, cai de divisão. É melhor não contratar esse pessoal e tentar ficar na Série A com trabalho sério. Na hora que a lei valer para todo mundo, o jogador que ganhava R$ 300 mil não vai bater na outra porta porque o cara vai ter o mesmo problema. Vão ter dois ou três clubes, como Cruzeiro e Internacional, que não vão sofrer impacto, mas vão ter de se adequar para não ficar fora de sintonia. Todos clubes precisam disso (readequar folha salarial). Botafogo, Flamengo e Vasco precisam muito. O Fluminense, se a Unimed sair, é o clube em pior situação do Brasil. Vão levar todos jogadores e deixar uma dívida tremenda. O Botafogo tem que se redimensionar. Se tiver Proforte, vai ficar igual a todo mundo. Se não tiver, só o Botafogo tem que fazer, mas vai ficar bem atrás dos outros – opinou Montenegro.