jacksonNa véspera do clássico entre Fluminense e Vasco da Gama, o ex-braço direito do presidente Peter Siemsen, Jackson Vasconcelos, que executava as funções determinadas pelo mandatário, revelou alguns detalhes sobre a transição do comando técnico tricolor, em abril do ano passado. Além do comentário, de forma esmiuçada, sobre a demissão de Renato Gaúcho e admissão de Cristóvão Borges, Jackson também deixou no ar que Peter teria nomes em mente, pensando no futuro, para substituir o atual treinador.

Confira o post, na íntegra, de Jackson Vasconcelos:

 
 
 

“Neste domingo, 22, teremos os relógios com uma hora a mais e sob o calor do novo horário jogarão Fluminense e Vasco pelo Campeonato Estadual. Será no Engenhão, mas deveria ser no Maracanã. Não será, porque o Vasco da Gama conta agora com um presidente requentado, que exerce indomável influência sobre o Presidente da Federação de Futebol do Rio de Janeiro. Os dois são quase um e em conjunto, não gostam nada do Fluminense.

O primeiro jogo entre o Fluminense e o Vasco pelo Estadual em 2014, terminou em empate. Cada time fez o seu gol. A peleja seguinte, com o caráter de semifinal, que chamaram o jogo “da volta”, o Vasco venceu por 1×0 e aqui começa a história que conto.

O gol da derrota veio no último minuto. Era 30 de março, domingo. Dois minutos depois, no Fluminense armou uma tempestade sobre a cabeça do técnico, apesar de ser ele, naquela passagem pelo Clube, um estreante. Ídolo venerado pela torcida, Renato Gaúcho estava com três meses de trabalho apenas, mas pagava o preço de representar a vontade do patrocinador do time, figura que o presidente do clube e seus aliados, por conveniências óbvias, fingiam suportar.

Na entrada da madrugada do dia primeiro de abril – data ruim para servir como referência para histórias pouco críveis – o Presidente do Fluminense e o seu Vice-Presidente de Futebol demitiram o técnico. A imprensa soube e deu conhecimento do fato ao distinto público, imediatamente. O técnico só foi avisado com o dia claro e o seu patrono, patrocinador do time, homem que dizem ser tardio no dormir e mais tardio no levantar, tomou conhecimento da notícia com as mesas do almoço quase prontas nas casas de todos os que começam cedo os seus dias. Ficou furiosíssimo. E quem conhece o patrocinador sabe que o superlativo aqui está com bom tamanho.

Decisão tomada, a imprensa foi convocada para conhecer os detalhes e como sempre se fazia, a equipe de assessores do Fluminense preparou para o presidente as perguntas que poderiam vir. A turma era muito boa nisso. Gente supimpa!

Certamente, uma pergunta viria e para ela não existia ainda resposta: “quem será o novo técnico?”.

Quem não lida com clubes de futebol imagina tolo o sujeito que demite um técnico com jogos acontecendo e sem saber quem será o próximo. Ah! Meus caros. Nos clubes de futebol existem cartolas, que como as dos mágicos, fazem surgir do nada, do completo inesperado, coelhos, lenços, técnicos, goleiros, zagueiros, dinheiro e o que mais se queira possuir. E assim aconteceu no Fluminense naqueles dias de 2014.

Dois dias após a coletiva do presidente do clube, num passe de mágica, da cartola dele surgiu o Cristóvão Borges.

Não sou experimentado em escalações, treinamentos, esquemas táticos, climas de vestiários, mas aprendi a gostar de futebol e percebo o Cristóvão como bom técnico. É estudioso e pelas declarações que faz à imprensa, se preocupa com todas as circunstâncias que influenciam o jogo.

Contudo, há por aí, desde o último jogo do Fluminense, quem ande a ouvir sons vindos da cartola do presidente do clube. Falam que os coelhos começam a se ajeitar para dar passagem a um novo personagem. Eu não daria a menor importância à falação se não soubesse que no futebol há coincidências ruins e boas. Existem sinas, fatalidades e amanhã, como ocorreu no ano passado, mais ou menos na mesma época, jogam novamente Vasco e Fluminense. Tudo pode acontecer. Tanto os coelhos se acalmarem como o presidente do clube espanar o pó da cartola.”


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