Fluminense exibirá a decisão da Taça Rio, nesta quarta, em seu canal oficial (Foto: Divulgação

Sorteado como mandante e com a Rede Globo fora do Campeonato Carioca, o Fluminense transmitirá a final da Taça Rio, contra o Flamengo, nesta quarta-feira, às 21h30, na FluTV. Mas como os clubes podem lucrar com exibições próprias? O jornalista Rodrigo Mattos, em seu blog no Uol, ouviu dois especialistas no assunto que avaliaram a questão: Bruno Maia e Maurício Portela.

Vale lembrar que tal situação vem sendo possível por conta da Medida Provisória (MP) assinada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, dando direito aos clubes de serem os donos das transmissões nas partidas em que forem mandantes.

 
 
 

Pacotes de jogos são uma das possibilidades.

— Já existe esse pacote com todos os jogos da Copa Nordeste. São R$ 20,00 por mês pagando e assistindo todos os jogos – comentou Portela, prosseguindo:

— O que funciona são os grandes direitos em produtos de assinatura onde o torcedor tem previsibilidade. Meu time vai perder, vai ganhar, vou ter o jogo. É o modelo da DAZN que não é uma entidade esportiva. Não é uma novidade.

Bruno Maia, executivo de marketing, sócio da Agência 14 e ex-vice-presidente do Vasco, que vai lançar um livro sobre o tema, também opinou.

— Nenhum clube grande opera suas transmissões de seus jogos porque não faz sentido. A NBA tem o League pass para quem quer comprar (serviço pago com todos os jogos). Qual a interpretação? Ela tem um nível de torcedor, hardware, que é fanática que é consumidor. Não quer assistir só à ESPN, quer ver documentários. É fatia pequena dessa base. Quer que cada vez mais pessoas adotem seu streaming, mas trabalha com ESPN e Sports ao mesmo tempo no Brasil. Não se fecha – destacou.

Maia entende que as TVs de clubes têm outro propósito e não a transmissão de jogos.

— Streaming está sendo trabalhando para entrada no ambiente de digitalização. Qualificação de dados, digitalização de seus fãs que consomem já estão na base de dados. Streaming é muito forte para entender o comportamento do seu usuário. A forma que está sendo feita é açodamento. Modelo é de assinatura e não se coloca jogo (dos campeonatos) – ressaltou.

Uma migração no futuro, porém, é até vista como uma tendência.

— 2025 vai ter uma competição (pelos direitos do Brasileiro) que pode levar à migração. Tudo isso vai depender da organização dos clubes, se vão estar juntos ou isolados – disse Portela.

A utilização de parceiros para tranmissões é mais um trunfo visto pelos especialistas no assunto.

— É mais natural no mercado ter parceiros porque o parceiro usa seu expertise. Copa do Nordeste tem plataforma própria, NBA tem plataforma própria, NFL tem plataforma própria. Negociação coletiva atrai muitos parceiros. A plataforma de clubes vai surgir se houver menor demanda – analisou Portela. Ele defendeu que sejam feitos pacotes de jogos como ocorreu na Libertadores que teve quatro pacotes, comprados por Fox Sports, Sportv, Globo e Facebook.