Uma parada no Aeroporto de Bogotá muito provavelmente teria evitado a tragédia que deixou 71 pessoas mortas e seis feridas na Colômbia. Caso a LaMia, empresa responsável pelo avião da Chapecoense, tivesse decidido parar e realizar um abastecimento, o custo adicional seria de cerca de R$ 10 mil e mais uma hora de voo, segundo o coronel Douglas Machado, especialista em aviação consultado pela Folha de S.Paulo .

A parada era necessária pois a distância entre Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, e Medellín, na Colômbia, é de cerca de 3.000 km, exatamente a autonomia de voo do avião. Resumindo, a aeronave não tinha margem de reserva para o trajeto.

 
 
 

– Na tentativa de agradar o cliente (a Chapecoense) provavelmente o piloto optou por chegar rápido ao destino, mas a partir de um risco desnecessário – disse Machado, em entrevista à Folha .

Pilotos brasileiros ouvidos pelo jornal criticam o fato de o comandante ser também o sócio da empresa LaMia, o que poderia causar conflitos de interesse entre o cuidado com a segurança e custos.

– Se fosse um piloto contratado (funcionário da empresa), ele pensaria na própria vida e pararia no primeiro aeroporto que visse (se soubesse que estava com pouco combustível) – disse o advogado especializado em causas aeronáuticas Josmeyr Oliveira.