Foto: Mailson Santana - FFC

O Fluminense jogará 5 decisões a partir da próxima segunda-feira.

Quem lê a Flupress há mais tempo, sabe o quanto eu defendo um modelo de jogo inverso ao que consta no título do post.

 
 
 

Mas é hora de abrir a mente, de não ser xiita. O Fluminense precisa vencer jogos e fará nessa semana duas particas contra CSA e Palmeiras.

O primeiro joga sua vida no campeonato. As chances de se manter na série A são remotas e passam por uma vitória em cima do Fluminense.

O Palmeiras é um time com grande elenco e que tenta, com Mano, retomar a competitividade, aliada a um jogo vistoso que esse elenco deveria ser capaz de entregar.

De acordo com o livro de Diego Torres sobre o técnico, José Mourinho acredita que há sete regras a serem seguidas para vencer grandes jogos. São elas:

1 – O jogo é ganho pela equipe que comete menos erros.

2 – O futebol favorece quem leva o adversário a cometer mais erros.

3 – Fora de casa, em vez de tentar ser superior ao adversário, é melhor induzi-lo ao erro.

4 – Quem tem a bola, está mais propenso a errar.

5 – Quem renuncia à posse, reduz a possibilidade de erro.

6 – Quem tem a bola tem medo.

7 – Quem não tem, portanto, é mais forte.

Evidentemente que são regras gerais, não dá pra pegar a interpretação ao pé da letra e levar pro jogo ou pro treino como verdade absoluta pra todo e qualquer jogo.

Mas elas fazem total sentido nos 2 jogos que estão por vir.

O CSA precisa ganhar do Fluminense. E a forma mais fácil de ganhar do Fluminense, pra eles, é levar o Fluminense pro seu campo, no seu estilo de tocar a bola e roubar pra sair em transição, com bola longa no Apodi, no pivô do Bueno que espera o time, principalmente o Jonatan, encostar pra criar a oportunidade.

Por que dar essa janela de oportunidade a eles?

O futebol é um jogo de momentos, muitos deles, durante os 100 minutos de jogo.

O Fluminense pode, e deve, em alguns desses minutos, largar um pouco a troca de passe, com muita gente na frente, que gera contra-ataques muito perigosos.

Deixa o CSA do Argel tentar sair um pouco, jogar em construção, pode funcionar.

O mesmo vale pro jogo contra o Palmeiras. Com o agravante de que se você conceder espaços pro time deles, pode sofrer exatamente como o São Paulo sofreu recentemente.

Faz o time do Mano, ainda em construção, jogar construindo, se expondo muitas vezes.

As regras do Mourinho guardam total relação com o não errar. Com minimizar riscos.

E isso é muito importante em momentos de decisão.

Resultado x Desempenho

Eterno debate e reparem como o resultado pode enganar.

Que time Marcão colocará segunda-feira? O time dos últimos 4 jogos com Yuri, Allan, Daniel, Ganso e dois atacantes ou a estrutura dos primeiros jogos com Allan, Daniel, Ganso e Nenê no meio?

Se fizermos uma enquete por aqui, acredito que praticamente todo mundo, me incluo entre esses, preferirá a segunda opção com Yuri entre os titulares e Nenê no banco.

Mas se a gente pegar o percentual de pontos do Marcão como treinador, o time com melhor percentual de aproveitamento de pontos ainda é justamente o primeiro com Allan, Daniel, Ganso e Nenê.

Ou seja, sempre que se opuserem duas ideias, opte pelo que te dá melhor desempenho esportivo porque, no longo prazo, é isso que leva ao resultado.

Erro zero

Urge que Marcão comece a melhorar sua leitura de jogo. Do jogo contra o Athletico até o jogo contra o Atlético-MG foram muitos erros, alguns básicos que vou pontuar porque a partir de agora não haverá mais muitos jogos pra recuperar pontos perdidos:

Fluminense e Athletico

Marcão colocou o Orinho no lugar do Daniel e o W.Nem no lugar do Nenê num jogo que estava equilibrado no segundo tempo e que o Flu controlava as ações. O Fluminense tomou o gol e não teve forças pra buscar.

Fla-Flu

Marcão escala um time leve, frágil, que sofre uma blitz no primeiro tempo onde não consegue sair jogando e nem marcar o adversário. Escala Ganso na frente, entre os zagueiros, W.Nem como titular, barrando o João Pedro que foi vaiado pela torcida. João, no ano, é bem mais efetivo que o Nem e ainda desempenha melhor funções táticas num time frágil na marcação. Deixa Yuri de fora no jogo que o Flu mais precisava de gente no meio. Perdendo, tira o Nenê pra colocar o Yuri e o Ganso pra colocar o Lucão.

Chapecoense

Mais uma vez ouvindo a torcida, barra o Ganso num jogo em que precisava muito de passe qualificado. Mantém inacreditavelmente o W. Nem como titular. Corrige no segundo tempo com João Pedro, o Flu empata e quando era melhor no jogo, Marcão tira o Daniel pra colocar o Lucão. Acaba com o time que quase vê a Chapecoense ganhar o jogo.

Ceará

Mais uma vez precisando empatar o jogo no segundo tempo, recorre a W. Nem (até aqui 0 gols e 0 passes pra gol) e João Pedro, tirando o Marcos Paulo do jogo.

Internacional

Depois de um bom jogo contra o Vasco e um ótimo jogo contra o São Paulo (o jogo em que menos o Fluminense ficou com a bola abrindo a oportunidade de transição, gol do Marcos Paulo) vem com a barração do Ganso alegando desgaste. Ganso ficou no banco, aqueceu, chutou bola, deu pique. Nitidamente promoveu um rodízio pra colocar o Nenê pra jogar. Nas substituições de novo recorre a W. Nem e Lucão, dessa vez se aproveitando de um erro da zaga do inter, W. Nem faz seu primeiro gol.

Atlético

Depois de um bom primeiro tempo, o Fluminense não conseguia ficar com a bola. Tirou o Yony que morreu correndo atrás de lateral e deixou o Marcos Paulo brigando com a zaga, algo que o Yony faz muito melhor. Chamou o Atlético pro seu campo, e colocou um time cheio de jogador baixo pra se defender de cruzamentos (Nem ,Daniel, Dodi, Allan, Julião), fato alertado por um amigo na arquibancada antes do Flu sofrer o gol, numa bola alçada que ninguém cabeceou. As substituições foram tão ruins que o time, depois do gol, sequer conseguiu buscar uma pressão final e quase toma a virada.

Se o time titular parece que foi encontrado pra essa reta final, Marcão ainda peca demais nas mexidas. W. Nem, Lucão, jogadores que entregaram sempre muito pouco, incapazes de segurar uma bola, de fazerem o Flu sair de uma pressão, de definirem jogos.

Não faz nenhum sentido esses caras terem mais espaço do que o João Pedro ou Evanilson.

O Fluminense precisa de 3 vitórias em 5 jogos pra sair desse inferno e de novo começar tudo de novo, algo que ninguém aguenta mais.

Mas é melhor começar de novo na série A.

A tarefa pra esse Fluminense não é fácil, mas tá longe de ser impossível.

Mas se em todo jogo o time cair de produção com as mexidas do seu treinador, aí não tem quem dê jeito.

Não é hora de deixar jogador satisfeito. É hora de livrar e o Fluminense tem, no máximo, uns 14 jogadores capazes de cumprir essa missão. E a gente espera que Marcão saiba quem são.

Tabelinha

– Muito tempo sem Flupress. Pedimos desculpas. Eu e Gustavo estamos muito enrolados mesmo nesse fim de ano. Mas tentaremos nessa reta final estar mais presentes.