peterApesar de ter tido muito sucesso nos últimos anos, o Fluminense é o clube carioca com uma das piores estruturas de treinamento para os profissionais. Qual a sua perspectiva para a construção de um CT durante um possível segundo mandato?

Peter Siemsen: Bom, a perspectiva é muito grande. O mais difícil foi a obtenção do terreno, que já foi regularizado. Trata-se de uma área de 40 mil m² na Barra da Tijuca. O Fluminense vai estar em um lugar muito bom. A gente já está em trâmite com a prefeitura e com a secretaria do meio ambiente, obtendo as licenças.

 
 
 

Quando o senhor era candidato à presidência em 2010 chegou a afirmar em algumas entrevistas que uma de suas prioridades era a construção do CT. Porém, na ocasião, o modelo pensado seria a tentativa de captar recursos por meio de investidores privados e comprar um terreno. Por que esse projeto não vingou?

PS: Na verdade, não é que ele não vingou até agora. Ele caminhou de uma forma diferente. A ideia da aquisição era muito boa, mas nós tínhamos um problema e, neste período, o crescimento do valor imobiliário no Rio tornou quase impossível você fazer um aquisição numa região acessível e próxima aos atletas. Quando nós começamos a conversar com a Prefeitura, eu procurei demonstrar que uma aquisição, pelo valor que tinha, pela dívida que eu recebi no Fluminense, pela necessidade emergencial de investimentos em Xerém e pelo estado que nós recebemos a própria infraestrutura em Laranjeiras não poderia ser feito nada. Isso tudo modificou a ordem de prioridades e aí encontramos uma outra solução.

Também durante a sua campanha, o senhor reclamava do fato do Fluminense ter direito a apenas 48% da renda líquida nos jogos do Maracanã. Contudo, o contrato assinado com o Consórcio prevê 56% da bilheteria para o clube. O acerto com a Maracanã SA foi satisfatório?

PS: O acerto com o Maracanã foi um grande acerto. Voltamos à nossa casa com muita qualidade. Se a gente olhar as receitas do Fluminense na época do Engenhão, tivemos um sucesso esportivo muito grande, mas as receitas das rendas muito pequenas e, muitas vezes, com prejuízo. Com o contrato com o Consórcio Maracanã, o Fluminense estancou a possibilidade de ter prejuízo com os jogos. Na pior das hipóteses, o Fluminen se pode não ganhar, mas prejuízo não vai ter. Então, a gente criou um piso, prejuízo não haverá.

Mudando de assunto, existe a vontade de manter o elenco atual? E quanto aos garotos da base: o senhor acredita que o melhor seja vendê-los ou aproveitá-los para 2014?

PS: A gente teve uma espinha dorsal nos últimos três anos, que alcançou bastante sucesso. Mas é normal que o clube tenha que promover mudanças. O elenco vai sendo modificado. Acho até que já está em um processo de rejuvenescimento. Houve necessidade de algumas vendas, seja por vontade de jogador ou por necessidade. Isso faz parte de um processo. É importante ter uma espinha dorsal, ter um ídolo, um jogador referência. Mas é importante também ter giro no elenco, para jogadores jovens irem aperecendo, se desenvolvendo – alguns permanecendo, outros seguindo por outros caminhos.

A partir daí, já existem conversas sobre qual setor deve ser melhor reforçado?

PS: Todos os setores do Fluminense, hoje, podem ser trabalhados, né?! Defesa, meio-campo, ataque. Acho que goleiro, a gente não tem muito o que falar. A gente conta com três goleiros que compõem bem o grupo. Mas nas outras áreas, algumas coisas podem ser feitas, certamente.

Ainda sobre reforços, muito se fala na volta do Conca. Como estão as converas com o meia? O advogado dele, recentemente, já admitiu que o argentino está perto do retorno. A volta é praticamente certa?

PS: Espero que a gente possa dar uma boa notícia para os nossos torcedores em breve (risos).

O Fred, após o sucesso na Copa das Confederações, foi especulado por diversos clubes europeus. O próprio jogador, porém, garantiu que continuaria no Fluminense. Seguido da Copa, foi falado em um projeto de marketing em cima do capitão, mas até agora não vingou, devido à lesão e má fase do clube. Já existem planos em mente para o ano que vem?

PS: Certamente. De qualquer forma, neste período, o Fred fez um contrato com a Adidas muito bom. Um contrato nível mundial. Hoje o Fred é uma estrela que aparece nos 4 cantos do planeta em camapanhas da Adidas, também nossa parceira. E com a contusão, realmente ficou mais difícil trabalhar um plano ideal de uso de imagem, mas certamente que a ideia continua. A gente sente muita falTa dele hoje em dia. É um jogador extraordinário. Espero que ele faça um grande começo de ano e uma grande Copa do Mundo.

A situação do Fluminense é muito complicada e a permanência na Série A ainda não é certa. Em caso de queda, o Conca viria e o Fred permanecia nas Laranjeiras?

PS: Na verdade, a gente não está considerando o caso de queda. A gente está bastante confiante. Apesar dos percalços, a gente tem um time muito dedicado e técnico. A gente tem certeza que chegou o momento do viés de alta.

Quanto à Unimed: existem planos para uma renovação?

PS: Está tudo bem encaminhado. A renovação já está resolvida. E já estamos discutindo questões para o ano que vem. Todo ano tem uma conversa de alguns pontos do contrato, mas são questões menores. O mais importante é o Fluminense melhorar cada vez mais e a Unimed, dentro de sua filosofia de trabalho e investimento, possuir um parceiro mais sólido.


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