Sincero, Marlon admitiu em entrevista à uma emissora de televisão, no intervalo do jogo do último domingo, quando o Fluminense venceu de virada o Figueirense por 2 a 1, ter tocado a mão na bola em lance que originou pênalti e gol do adversário. Já no fim da partida, Enderson Moreira discordou do zagueiro. Porém, o técnico fez questão de esclarecer que não recriminou o defensor pela sinceridade de reconhecer o toque. O treinador, no entanto, não considerou a jogada faltosa.
– Queria esclarecer algumas coisas em relação ao Marlon que não foram verdade. Ele foi muito honesto de admitir que a bola pegou na mão. Eu sempre falei isso na base que quero vencer, mas não a qualquer preço. Sou defensor do fair play. Se ele falasse que não tocou, por ser um toque tão leve, talvez ninguém falasse. Na minha concepção, não foi pênalti. Não é só porque bateu na mão que é pênalti. Para mim, o movimento dele é natural. Perguntei a ele se ele teve a intenção e ele me disse que não. O lance não beneficia o defensor, não atrapalha o atacante. Tanto que ninguém para na jogada. Só para quando vem o apito. Muitos dizem que a intenção não conta mais, mas conta sim. Eu dou um exemplo para mostrar que ainda tem intenção para marcar. Se o Diego Cavalieri pega uma bola na área e o Marlon encosta um dedo na bola, é pênalti porque ele tem intenção. Por isso sigo com esse pensamento que o toque não foi intencional, não atrapalhou o ataque, não beneficiou a defesa e, por isso, não era pênalti. Essa é a minha visão. Respeito as outras. Ele que é tão honesto a partir do momento que falou que a bola tocou na mão, não tem porque eu não acreditar no que ele disse sobre não ter intenção. Não o recriminei por ter falado a verdade. Isso é uma bobagem. Eu sempre falei que quero ser campeão, mas dentro da honestidade. Não quero nunca levantar uma taça que a gente não seja merecedor – afirmou.