Nos bastidores, seguem as conversas em busca de um acerto para a Libra (liga de clubes que planeja assumir a organização dos Brasileiros nas Séries A e B a partir de 2026). O jornalista Gilmar Ferreira informa em sua coluna no jornal Extra versão digital que a Codajas Sports Kapital (CSK), empresa responsável por formatar a primeira proposta de estatuto já ajusta alguns critérios de medição, o que aumenta o otimismo por um consenso.
A questão principal, claro, fica em relação à distribuição dos recursos obtidos. O Fluminense faz parte do grupo dos clubes que contestam o primeiro formato apresentado.
Confira trecho da coluna com a explicação sobre o que se mantém e quais as novidades para a próxima conversa:
“A empresa proporá a manutenção do percentual de 40-30-30 (40% em partes iguais, 30% por performance, e 30% por engajamento) na divisão das receitas igualitárias até o acumulado de R$ 4 bilhões, destinando a proporção de 50-25-25 para a quantia que ultrapassar este valor.
Alguns outros pontos foram modificados.
Por exemplo: as receitas acumuladas com a comercialização dos pacotes de mídia internacional serão distribuídas na proporção de 20-40-20 (20% em partes iguais, 40% por mérito e 40% por audiência e exibição).
Não é ainda o que desejam os clubes do “Forte Futebol”.
Mas é sinal claro de interesse na flexibilização que possibilite a viabilização do acordo.
Como também na questão do “engajamento”, item revisto para agradar os emergentes, que no próximo encontro serão representados por dirigentes de América-MG, Atlético-MG, Fortaleza, Fluminense e Internacional.
Entenda como…
PARTES IGUAIS – todos que disputarem a Série A receberão valor igualitário.
AUDIÊNCIA E EXIBIÇÃO – O percentual relativo a este critério levará em consideração o número de jogos exibidos e a média de audiência de cada clube nos principais mercados internacionais.
PERFORMANCE – o percentual relativo à performance obedecerá ao seguinte critério de distribuição de acordo com a classificação final na competição:
ENGAJAMENTO – o percentual relativo ao engajamento obedecerá aos seguintes critérios:
CRITÉRIO: Engajamento nas transmissões de streaming.
PESO: 2/5.
OBJETIVO: Recompensar clubes que gerem maiores receitas, determinado pela participação percentual de cada um na venda de pacotes de TV.
COMENTÁRIOS: A ser auferido pela base de assinantes nos pacotes de Streaming.
CRITÉRIO: Base de torcedores / consumidores.
PESO: 2/5.
OBJETIVO: Reconhece a contribuição dos clubes proporcionalmente às suas bases de consumidores e potencial de geração de receitas.
COMENTÁRIOS: A mensuração acontecerá através de pesquisa trienal, espontânea, visando auferir o número de torcedores/consumidores associados a cada clube (diferenciando torcedores de simpatizantes) e a base de consumidores da LIBRA. Realizada por instituto de primeira linha. A pesquisa terá cobertura nacional, envolvendo as capitais, regiões metropolitanas e o interior, com mínimo de 10 mil entrevistados, e os critérios deverão ser semelhantes ao utilizado para pesquisas para presidência da república.
CRITÉRIO: Engajamento do torcedor no estádio.
PESO: 1/5.
OBJETIVO: Recompensar clubes que atraiam o maior número possível de torcedores para suas partidas como mandante.
COMENTÁRIOS: Para respeitar clubes com distintos tamanhos de estádios, este fator levará em conta (com pesos iguais): 50% do critério será a média de público presente (e não pagante). 50% do critério será a taxa média de ocupação, considerando a ocupação máxima autorizada pelos órgãos públicos para cada partida.
Foi modificado também o período de transição – antes estipulado em três anos.
Agora, os clubes que disputarem a Série A organizada pela LIBRA nos cinco primeiros anos do novo ciclo de direitos (de 2025 a 2029) receberão o equivalente à média aritmética paga pela TV pela participação de cada um dos clubes nos últimos cinco anos entre 2020 e 2024.
Dinheiro que virá dos investidores ou do fundo de compensação a ser criado.
A ideia é que este fundo se origine do percentual de receitas auferidas com a comercialização dos direitos de TV.
E ele poderá ser utilizado em três finalidades: incremento das receitas dos clubes rebaixados à Série B; manutenção da receita mínima durante o período de transição; e equilíbrio financeiro entre os clubes com a maior e a menor receita ao final de cada edição do Brasileiro.
Representantes da Codajas vêm conversando com representantes de clubes estratégicos, como Atlético-MG, Bahia, Fluminense, Grêmio e Internacional, e é provável que até o encontro da próxima semana a LIBRA já reúna, pelo menos, os grandes de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e o Bahia.
Os outros, como me garante um executivo que acompanha de perto as negociações, virão à reboque.”