(Foto: Photocamera)

Na véspera do dia da votação do impeachment do presidente Pedro Abad, o ex-vice de futebol do Fluminense, Sandro Lima, publicou uma carta nas redes sociais criticando a gestão do mandatário tricolor e a postura dos grupos políticos Flusócio e Esportes Olímpicos.

Além das críticas à Abad, Flusócio e Esportes Olímpicos, Sandro Lima também questionou o diretor da base do clube, Marcelo Teixeira. Por fim, o ex-vice de futebol destacou a união entre Celso Barros, Mário Bittencourt e Ricardo Tenório, e fez discurso de apoio à oposição para resgatar a credibilidade do Fluminense.

 
 
 

Confira a publicação na íntegra: 

“Há quatro anos, dei uma entrevista para um grande portal do Brasil. Nessa entrevista, fui taxativo. Afirmei que estava muito preocupado com a situação do Fluminense no futuro, a grande paixão da minha vida. Via com muita preocupação o eminente rompimento do maior patrocínio e, mais duradouro na época, de uma empresa com um clube de futebol. Quando a entrevista terminou, um sentimento apertado no peito avisou que eu precisaria torcer para estar errado. Infelizmente não estava. Hoje aquilo que eu mais temia aconteceu. O clube está em ruínas. Nenhum jogador de nome e referência quer vir pra cá. Os mais modestos também não. Não temos patrocinador master decente há anos. Tudo por causa desse câncer que assola nosso clube. Um câncer chamado Flusócio. Um grupo que desde a época da gestão do Peter Siemsen pressionava o mandatário a fazer tudo. Esse grupo chegou com a proposta de ser o novo Fluminense. Não preciso voltar muito. Basta vocês verificarem o que o atual mandatário propagou durante a sua campanha eleitoral.

Tricolores, futebol tem que ser comandado por gente que entende da coisa e não por falsos aristocratas de computador. E não me venham falar de Marcelo Teixeira. O suposto entendedor de futebol do grupelho. Que usou sua passagem no Manchester United para crescer dentro do Fluminense. Difícil respeitar uma pessoa que só aparecia para tirar fotos nas vitórias. Nas derrotas, inventava viagens internacionais atrás de parceria para o clube com o objetivo de “internacionalização da marca”. Estratégico. Sempre foi. Mas de forma nociva. Criou o tal Fluminense na Eslováquia. Pra quê? Clube afundado em dívidas. Para que esse gasto? E a contratação do Martinuccio? Fluminense passou anos pagando por um jogador que não performou. Em dólares! Nem preciso lembrar da troca de e-mails sobre o caso Diego Souza. Preciso? Perdemos milhões ali. Total falta de habilidade do “camisa 10” do Abad na gestão. Me vem novamente a pergunta: Qual o custo desse cara para o Fluminense? Só saberemos disso quando alguém sério assumir e auditar suas operações? E ainda temos que engolir essa ultima dele. De hoje. Colocou o Léo Percovich como auxiliar permanente do Profissional. Um técnico que nunca venceu nada na Base e que estava cotado pra ser do time principal. Porque é chegado de Teixeira. Armaram direitinho. Diniz já chega com sombra. Do Léo. Estamos perdidos.

Venho dos Esportes Olímpicos. Não negarei minhas raízes. Mas hoje lamento informar que tenho vergonha do seu comandante que lá está. Compactuar com atual gestão temerária que o Pedro Abad faz é de enojar. Lamento a ausência do meu amigo Ricardo Martins do clube. Pois se lá estivesse, tenho certeza que a carta de apoio à Abad, divulgada pelo Departamento não existiria. UMA VERGONHA DE NOTA E DE POSTURA. Conheço quase todos os diretores que assinaram a tal carta e tenho certeza que alguns ali não compactuam com isso e, entendo a postura vexaminosa, pois desde a minha época naquele Departamento construímos uma união. Só que agora não estamos falando da sobrevivência dos Esportes Olímpicos, mas sim da sobrevida do Fluminense Football Club. Acho que o Flu Futebol teria que seguir seu caminho solo e o Esportes Olímpicos o dele. Acho que é uma questão de sobrevivência pra ambos. Pra ontem.

Muito se fala em eleições. Fiz parte do processo eleitoral do clube. E afirmo com toda certeza. Esse modelo que o Fluminense usa é obsoleto. O Fluminense precisa abrir suas portas. Seguir exemplo do Internacional, onde seus torcedores fora do estado e do país votam via internet. Exemplos bons são para serem seguidos. Chegou a hora do Fluminense tirar o paletó da aristocracia podre que habita a órbita do clube desde sua existência, se virar para o mundo atual. Temos uma torcida gigante que sofre e está humilhada. Sem perspectivas. Pedro Abad, Flusocio e asseclas chegou a hora de parar de brincar de Fluminense. Uma gestão que não respeita seus ídolos, não merece o nosso respeito. Vocês estão destruindo uma paixão. Isso é um pecado mortal. Peçam para sair. Tenham dignidade.

Estou esperançoso com a aliança de nomes fortes que fazem oposição a situação atual do clube. Celso Barros, um tricolor apaixonado, que tanto nos ajudou, pra mim o maior tricolor do século XXI e isso posso falar que sou seu amigo pessoal e vi de perto o que fez para flu e prejudicando ele próprio pessoalmente. Mario Bittencourt, um tricolor orgânico, jovem e que dedicou metade de sua idade ao Flu. Conhece o futebol. Assim como Ricardo Tenório que ama e respeita demais a nossa instituição que junto com o Celso e ao lado de Mario, nos tirou, do abismo que estávamos em 2009. Precisamos de mais tricolores fortes e com vontade de tirar o nosso clube dessa situação. Não basta ser oposição, temos que criar uma FRENTE TRICOLOR DE RESGATE. Juntar mais nomes. Resgate de credibilidade. De confiança. De moral. De alma. Que se para viver for preciso cortar na carne, que assim seja. O Fluminense somos todos nós. Não deixemos o Fluminense morrer. Saudações tricolores.

Sandro Lima”