Considerado um dos players políticos mais importante do Fluminense na atualidade, o ex-vice presidente de projetos especiais, Pedro Antônio, responsável pela construção do CT, na Barra da Tijuca, foi alvo da Associação Nacional Tricolor de Coração (ANTC). Em post, o grupo político, que apoiou Mário Bittencourt e Ricardo Tenório nas últimas eleições, fez uma análise, abrindo questionamentos sobre o milionário.
Confira:
“Pedro Antônio: Mecenas ou …. O torcedor Tricolor conhece bem a história do Fluminense. Conhece os seus ídolos, relembra os nomes que fizeram a nossa grandeza dentro e fora de campo. Oscar Cox (o nosso fundador), João Coelho Netto (o Preguinho, multiatleta, campeão em 8 modalidades), Marcos Carneiro de Mendonça, Fábio Carneiro de Mendonça, o nosso “Leiteria” Castilho (que amputou um dedo para agilizar a sua recuperação e voltar a defender o Fluminense), dirigentes como Arnaldo Guinle, Francisco Laport, Francisco Horta e Manoel Schwartz, somente para citar alguns.
E quem pode esquecer até mesmo de uma figura da história recente como Celso Barros, que deixou o seu nome marcado na nossa história, ajudando a resgatar o nosso orgulho de ser Tricolor através de um grande patrocínio que começou quando o clube estava no fundo do poço.
Também não nos esquecemos daqueles que quase destruíram o nosso clube. Mas esses não serão citados agora.
O Tricolor vive o seu clube. Está sempre presente nos bons e maus momentos. Mas há uma figura que muito recentemente passou a aparecer na vida do clube, mas que anteriormente era um mero desconhecido. E apareceu num momento de fragilidade do clube durante uma péssima gestão, quando de uma negociação para o terreno do nosso tão sonhado CT.
No dia 23 de novembro de 2011, ainda com o Fluminense tendo o patrocínio e parceria da UNIMED, a imprensa estampava a negociação do clube para a compra exclusiva do Banana Golf, de propriedade de um desconhecido Pedro Ribeiro da Silva. A matéria também informava que esse empresário havia participado do patrocínio ao jogo comemorativo do nosso centenário contra o Toluca do México em 2002.
O interesse do Fluminense pelo Banan Golf, segundo a matéria, surgiu no meio do ano anterior por intermédio de um advogado amigo de Pedro e que tinha contatos na diretoria tricolor, demonstrando a falta de convivência dele com o nosso clube. E quando perguntado sobre sua paixão, a resposta foi: “Não sou doente, senão seria flamenguista”.
O Fluminense não comprou o Banana Golf. Pedro Ribeiro (atualmente conhecido como Pedro Antônio) queria R$ 25 milhões, mas reduziu o valor da venda para R$ 22 milhões. O Flu propôs à TV Globo que fosse avalista no negócio, com R$ 17 milhões, e o clube entraria com os R$ 5 milhões restantes para fechar o total. Como a Globo não topou e o Fluminense não tinha todo o dinheiro em caixa, o negócio ficou mais distante. No fim daquele ano a UNIMED anunciou o fim da parceria com o Fluminense, Pedro Ribeiro virou Pedro Antônio e começou a frequentar o clube.
Passou a cuidar do campo das Laranjeiras, invariavelmente alvo de reclamações de jogadores, sendo essa apenas a porta de entrada do empresário do ramo de informática, ex-proprietário do Banana Golf, entusiasta do golfe (como cita uma matéria do Globoesporte.com de 16/12/2014), na vida política do clube.
Sua outra “contribuição” foi o problemático patrocínio Matte Viton, que gerou polêmica com um pagamento de comissão a um advogado ligado a Pedro Antônio, lembrando que tal patrocínio gerou uma dívida da empresa com o clube em torno de 9 milhões de reais, por atrasos de pagamento, e foi encerrado em março de 2013.
Já em junho de 2015, após o Fluminense conseguir um terreno da Prefeitura do Rio (em benesse ofertada pela Prefeitura aos quatro grandes clubes da capital), eis que as obras iniciaram. Contrariamente ao que se ouve falar por aí, Pedro Antônio não emprestou dinheiro sem juros. Emprestou a Selic + 2% e cobrava constantemente que o clube pagasse o que lhe devia, estrangulando as já minguadas finanças. Após apenas 8 meses e 28 milhões de investimentos (muito mais do que custaria o Banana Golf) o CT foi entregue às pressas e inacabado, como propaganda eleitoreira, sem estar ligado à rede elétrica, sem acesso ao fornecimento de água canalizada, sem acessos dignos do alardeado “Melhor CT do Brasil” e recebeu o nome de Pedro Antônio, até poucos anos um total desconhecido e um mero entusiasta de golfe. Valendo destacar que ainda em 2015, o mesmo Pedro Antônio afirmou que não entregaria o CT inacabado. Só que assim o fez em meados de 2016…
No dia das últimas eleições no clube (26.11.2016), Pedro Antônio agiu em público, nas filas de eleitores do pleito presidencial, do modo que já se comentava nos corredores dentro das Laranjeiras. Uma postura arrogante de quem tenta se impor apenas por ser milionário. Centenas de pessoas ouviram as ameaças de parar com as obras do CT caso Pedro Abad não fosse eleito.
Pois bem. Abad infelizmente foi eleito e por divergências quanto ao ritmo das obras e dos ressarcimentos do que havia emprestado, eis que Pedro Antônio simplesmente houve por bem mandar parar as obras no mês seguinte à última eleição (em dezembro de 2016).
Ou seja, dias após a posse de Abad e já em janeiro de 2017, as obras praticamente pararam por completo, como destaca a matéria do Globorsporte.com de 15 de janeiro, transformando-se o sonho em um pesadelo. É bom frisar e repetir à exaustão que falta ao CT infraestrutura básica: – luz, água, gás e telefone. Ainda são usados gerador e carro-pipa no local, muitos meses após sua inauguração. Os uniformes de treino são lavados nas Laranjeiras. Telefone fixo, nem pensar. E, sem gás, não há como servir refeições aos jogadores. Tudo lanche que vem de fora… Além do gasto com “Day Use” em hotéis da Barra da Tijuca porque os quartos não estão prontos. Isso sem falar no absurdo da falta de uma rua de acesso, até hoje não construída por falta de uma licença de obra para o aterro, deixando o CT sem endereço e desconectado das concessionárias públicas.
E tudo isso perdura exatamente assim até hoje…
Pedro Antônio não durou muito. Vindo a sair do cargo que ocupava no início de 2018. Isto porque, mesmo com um CT inacabado, tentou impor ao clube um estádio adaptado num dos espaços das instalações de 2016 no Parque Olímpico da Barra, com estruturas tubulares. Na época o projeto virou memes na internet, com os rivais ridicularizando o formato em letra “C”. Pedro Antônio foi afastado do clube. Valendo destacar que a sua saída foi comemorada por funcionários do clube (inclusive com um churrasco) que não suportavam mais a sua forma de agir ditatorial.
Atualmente, Pedro Antônio articula nos bastidores. Algumas fontes informam que Jackson Vasconcelos está por trás da articulação de uma possível candidatura. Num momento em que o clube necessita de união, em que os nomes mais fortes e influentes da oposição estão unidos (Mário Bittencourt, Ricardo Tenório e Celso Barros foram aproximados e se aliaram através da articulação política da Tricolor de Coração) para tirar a Flusócio definitivamente do poder, eis que Pedro Antônio demonstra o que quem o conhece já sabia. Pura sede de poder, egocentrismo e atitudes de caráter no mínimo duvidoso… A sua preocupação não é o Fluminense, mas sim o que o Fluminense poderá lhe proporcionar.
Os holofotes do poder são viciantes. De uma figura obscura e desconhecida, ele passou a ser paparicado por parte da torcida que não o conhece realmente. Ele não quer ser apenas o protagonista. Ele quer as rédeas totais do poder, de maneira que ninguém mais questione nada no dia em que ele tiver a ideia de construir um estádio num equipamento obsoleto deixado como legado das Olimpíadas sem nenhum estudo sério de viabilidade e de repercussão junto ao torcedor tricolor.
Ele não foi um mecenas que ajudou o clube. Nada disso. Há que ficar claro. Ele apenas emprestou dinheiro ao clube quando o Fluminense tinha dificuldades de conseguir crédito no mercado, sendo imperioso destacar que foi uma operação comercial na qual houve a projeção da obtenção de lucro com a operação e com a imposição do ritmo de obra e dos prazos de pagamento ao seu bel prazer. Foi útil para ele e para a gestão da época que precisava de um engodo para iludir o sócio na última eleição.
Conhecemos uma figura no futebol carioca que tem temperamento semelhante e que destruiu o seu clube… Não precisamos de um “Eurico Miranda” no Fluminese. Precisamos de um projeto sério, encabeçado por pessoas que nunca se esconderam em campos de golfe enquanto o clube clamava por ajuda.
Ahh. Não se pode esquecer de alguns últimos “detalhes”. O Sr. Pedro Antônio não quis assinar o requerimento de impeachment do presidente Abad. E podem apostar que por “coincidência” ele deve estar em Miami (gosta muito de lá) em meados de outubro quando houver a reunião do Conselho Deliberativo para apreciação e votação do impeachment de Abad.
Torcedor tricolor fique de olho. Cuidado com os falsos profetas e falsos messias… E escolha bem o seu voto em 2019, pois tudo indica que Pedro Antônio venha a ser o candidato da situação nas próximas eleições. Tudo será disfarçado, obviamente. Haverá o discurso de “aproximação” pelo bem do clube, mas sabemos que no fundo será mais do mesmo.
Saudações Tricolores de Coração”.