As categorias de base  são o futuro do Time de Guerreiros. Investir no setor é primordial para o equilíbrio das finanças do clube, em possíveis vendas de promissores atletas para o mercado externo. Acerca deste assunto e com opinião do candidato à presidência do Fluminense, Pedro Abad, a Flusócio fez um post em seu blog falando, dando um parecer do cenário de Xerém.

Confira:

 
 
 

“Xerém é hoje reconhecido como um dos cinco melhores centros de formação de jogadores no país por conta do maciços investimentos feitos na gestão Peter Siemsen. Para quem não se lembra, o local chegou a ser apelidado de “Carandiru” por conta do péssimo estado de conservação anterior.

Não há dúvidas que a formação e aproveitamento dos garotos no time profissional é uma das únicas saídas viáveis para o clube sobreviver na selva da disparidade de cotas de TV. Além do retorno técnico, o clube também se beneficia das eventuais vendas. Na última semana tivemos um exemplo concreto, quando durante a apresentação do CT, Pedro Antonio declarou que toda a obra custaria o equivalente a “um Kenedy”. É um modo didático de mostrar como nosso espaço para divisões de base pode mudar o patamar do Fluminense, seja através de aumento de patrimônio, seja através do rendimento dentro dos campos.

Durante o período Unimed, havia uma natural dificuldade de surgimento dos garotos no time profissional, uma vez que o elenco contava às vezes com até 2 reservas de mais nome e peso do que as revelações. Ainda assim, muitos nomes surgidos da base conseguiram subir, se manter e brilhar em conquistas. A partir de 2015, acompanhamos isso acontecer com mais força, com a revelação e aproveitamento de Gerson, Kenedy, Douglas, Marlon, Scarpa, Marcos Jr etc.

Agora, o cenário exige que a base do elenco seja feita em casa, com custo menor do que coadjuvantes externos que não sejam estrelas merecedoras de salários altos. O segredo, portanto, está na transição bem executada, para que Xerém não só consiga abastecer o time principal nas posições carentes, como também estes atletas não sintam o peso da mudança e possam render o máximo. Na realidade brasileira, o Santos parece ser o time mais maduro neste movimento: volta e meia diversos jovens sobem ao mesmo tempo, e apesar da pouca experiência, conseguem se manter no elenco e até mesmo como titulares por longos períodos. Não é à toa que é o time com mais convocações para a seleção olímpica e também principal, com vários garotos escolhidos.

Está claro que o futebol de todo clube precisa ser pensado de forma única, desde a captação de talentos externos até a subida da molecada, sempre objetivando formar o time profissional o mais forte possível. Nosso candidato, Pedro Abad, tem a seguinte visão sobre o assunto:

“Pretendo ter uma gestão coordenada do futebol profissional e Xerém. A estratégia de aproveitamento dos atletas da base deve ser feita em conjunto com a análise do elenco profissional, de forma que os jovens que se pretenda aproveitar impeçam a contratação de reservas no mercado. Tem que haver espaço para que o jovem jogue uma quantidade razoável de tempo para amadurecer definitivamente e consolidar seu nome no mercado. Ao mesmo tempo, que possa desenvolver sua carreira de forma a não ser “queimado”, com o devido suporte de uma espinha dorsal mais “cascuda”, o que impedirá que a responsabilidade lhes recaia nos ombros”.