Principal grupo político do Fluminense, a Flusócio, que apoia o presidente Pedro Abad, explicou, através de um post em seu blog, as ações tomadas na última Reunião do Conselho Deliberativo. Para entender a busca pelo “reequilíbrio econômico”, o grupo sugere a leitura do texto abaixo.

Confira:

 
 
 

“Em qualquer instituição, é impossível conviver mensalmente com o que tecnicamente se chama de déficit operacional. Na prática, tal termo significa a diferença negativa entre receitas ordinárias e despesas ordinárias, sem considerar as despesas financeiras relacionadas à correção das dívidas.

Durante todo ano de 2017, o Flu conviveu com as despesas sendo mensalmente maiores que as receitas. Neste contexto, atrasos de salários são apenas consequência. E nenhuma instituição sobrevive desta forma.

O básico em qualquer orçamento, seja ele numa empresa, clube, condomínio ou até familiar, é fechar o mês sem déficit operacional. O orçamento 2018, aprovado no Conselho Deliberativo no último dia 29/12, prevê a eliminação do déficit operacional durante o ano de 2018. Isso significa que aos poucos o Flu vai se estruturando de forma planejada, empresarial e sustentável.

Também merece registro o orçamento ter sido votado e aprovado no exercício anterior ao ano da execução, se constituindo de fato numa peça de planejamento financeiro, como manda a boa prática de gestão que não era aplicada no Fluminense pelo menos há mais de 30 anos. O Conselho Deliberativo aprovou o orçamento por esmagadora maioria, com apenas dois votos contrários.

Importante lembrar que no futebol o erro acontece sempre na hora de celebrar os contratos, na hora das escolhas de elenco. Em 2015 e 2016, as pessoas que comandavam o futebol do Flu fizeram contratos longos com jogadores caros e de idade avançada, alguns com aumentos não vinculados à performance, uma combinação explosiva, que praticamente anula as possibilidades de transferências ou trocas.

O motivo é simples: com contratos caros e longos, o mercado não mais não se interessa pelo custo x benefício de tais atletas, e os jogadores/agentes também se acomodam, pois sabem que o mercado não vai pagar a eles no mesmo patamar.

Sobre os jogadores já anunciados como fora dos planos, não há muito o que discutir em relação à atitude que foi tomada pela diretoria, nem quanto ao custo x benefício dos atletas envolvidos. Logicamente que a prioridade sempre foi negociar saídas através de transferências, algo difícil se considerarmos os contratos que estão assinados. A diretoria atual tentou durante um ano inteiro buscar essas alternativas, entretanto, propostas nunca chegaram.

Em caso de possíveis rescisões, o trunfo de qualquer clube é a liberação sem ônus, pois para consegui-la qualquer jogador terá que negociar.

Todos se lembram do que fez o Cícero: para sair e assinar com o São Paulo FC, o jogador deu desconto e alongou seu crédito futuro em 50 parcelas. O Flu também economizou com todos os encargos sobre os salários futuros, pois indenização por rescisão de contrato de trabalho não tem os tributos pesados que incidem sobre as remunerações mensais na folha de pagamento.

No momento, Flu busca uma operação financeira que permita comprar possíveis dívidas indenizatórias por valores mais baixos e à vista. Pode ser uma alternativa boa para todas as partes.

Ainda neste ano pretendemos propor uma alteração estatutária que coloque como competência do Conselho Fiscal dar o aval em contratos que onerem o clube em valores superiores a determinado percentual do orçamento. O objetivo será aumentar a governança e o controle sobre os atos do Conselho Diretor, antes dos compromissos serem assinados. Pelo Estatuto atual, o Conselho Fiscal atua apenas a posteriori, com os compromissos já assumidos. Não interfere na execução orçamentária.

Por último, um pedido de reflexão: na sua apresentação, o gestor esportivo Paulo Autuori deu uma declaração importante: “vim porque enxerguei um projeto institucional, e não pessoal“. O treinador Abel Braga também já falou várias vezes coisas parecidas sobre a condução da instituição Fluminense durante a gestão Pedro Abad. São dois profissionais consagrados, campeões do mundo, e suas palavras merecem a atenção de nossa torcida.

Para 2018, temos muitas esperanças num time guerreiro e bem-treinado, que possa surpreender seus adversários. Um grupo mais focado por conta de um comando técnico mais encorpado e salários em dia.

Feliz 2018 para todos os tricolores.

O trabalho continua.

#SomosFluminense”