Mais uma vez, o Fluminense é centro de debate. O clube entrou no STJD pedindo a anulação do clássico com o Flamengo, já que houve interferência externa na invalidação do gol de Henrique, o que é proibido pelas regras do jogo. Contextualizando, o Tricolor explica a ação e desmistifica várias teorias da conspiração, tão comuns em tempos de redes sociais. Veja na íntegra:

A verdade! Doa a quem doer…

 
 
 

Em uma sociedade cada vez mais influenciada por lendas divulgadas em redes sociais, a informação e o respeito à história às vezes ficam de lado. Por isso, é fundamental lembrar os fatos. Por sinal, a atitude deveria ser adotada por todo profissional que pretende trabalhar o esporte com isenção.

No fim do século passado, houve dois escândalos no futebol nacional que com o tempo tiveram as suas verdadeiras razões (ou motivações) caindo no esquecimento. Mais recentemente, apesar de o acesso aos fatos ser bem mais facilitado, ocorreu outra situação muito mal contada por parte da imprensa. Sem entrar em detalhes, já que tudo que vai ser colocado é público, vale recordar…

Em maio de 1997, a TV Globo divulgou gravações de telefonemas que revelavam um provável esquema de corrupção que envolvia a venda de resultados em alguns jogos. Na época, a repercussão foi enorme. Atlético-PR e Corinthians eram os clubes envolvidos no que ficou conhecido como “Caso Ivens Mendes”. Diante do cenário, então, a CBF modificou o próximo campeonato, assim como por sinal ocorreu diversas vezes sem grande alarde nos anos 1970 e 1980, não valendo os critérios de rebaixamento do ano anterior.

Já em 1999, durante o Campeonato Brasileiro, estourou o “Caso Sandro Hiroshi”, atleta do São Paulo que supostamente havia se transferido de maneira irregular. Botafogo e Internacional, clubes que lutavam contra o rebaixamento, foram os únicos beneficiados nos julgamentos de seus recursos, ganhando os pontos de seus jogos contra o São Paulo. Com isso, o Gama caiu para a segunda divisão. O clube não aceitou e entrou na Justiça Comum contra a CBF. Resultado: em 2000, de novo, a competição, então batizada de Copa João Havelange, foi reformulada. O episódio lembra o que ocorreu na Copa União, em 1987, quando diversos clubes disputaram um mesmo campeonato e os critérios de rebaixamento de 1986 foram ignorados.

Há três anos, em dezembro de 2013, uma outra história bem diferente. Na última rodada do Campeonato Brasileiro, o Flamengo escalou André Santos de modo irregular no sábado e a Portuguesa fez o mesmo com Héverton no domingo. O fato mudou o destino da tabela final, deixando a Portuguesa em décimo sétimo lugar e o Flamengo em décimo sexto. Como o Vasco perdeu para o Atlético-PR e o Fluminense venceu o Bahia, ambos os jogos fora de casa, quem terminou em décimo quinto lugar foi o Tricolor. Sim, o Flu terminou a competição na frente do Fla, que teria sido rebaixado se não fosse um erro semelhante cometido da Portuguesa poucas horas depois, na mesma rodada.

Agora, o Tricolor entrou no STJD e pediu o simples cumprimento da lei, até porque a Fifa ainda não permite a interferência externa (uso de informações televisivas) em partidas oficiais. Caso o recurso fosse liberado, o gol que abriu o placar no Fla-Flu do último dia 13 seria anulado, uma vez que o jogador Réver estava em posição clara de impedimento desde o início do lance. Em relação ao lance do segundo gol tricolor, vale destacar que o bandeirinha tinha considerado impedimento de Cícero, não de Henrique, o autor do gol.

O caso é muito simples. A regra não pode ter dois pesos e duas medidas. Precisa valer para todos. Se não for assim, não há justiça!

Ao contrário do que alguns formadores de opinião tentam afirmar e induzir de forma errada os torcedores, o Fluminense não usa um gol ilegal a seu favor para anular um jogo. O clube trabalha para que uma manobra proibida não cause desequilíbrio técnico e ainda crie perigoso precedente jurídico para a segurança da competição.

O próprio Flamengo, em sua história, dá total razão ao requerimento do Tricolor. Em 2013, o clube pediu anulação de uma partida contra o Duque de Caxias, válida pelo Campeonato Carioca, alegando interferência externa. E no caso específico do Fla-Flu, após a leitura labial ocorrida no programa Esporte Espetacular, da TV Globo, ficou evidente a influência que veio de fora do campo no resultado final da partida.

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