Mário Bittencourt conversou com tricolores em evento de campanha na última quarta-feira, em Brasília. No encontro com os torcedores, o candidato à presidência do Fluminense falou sobre a própria vaidade, reconhecendo-a, suas características, evolução após passagem na vice-presidência de futebol do clube e mais.

O candidato lembrou de sua história e afirmou também não ter como modificar sua personalidade.

 
 
 

– Sou apaixonado pelo clube, torcedor desde que nasci, tenho uma vida 100% ligada ao Fluminense. Tenho vaidade, confesso. Acho que todos têm. O advogado é vaidoso, por natureza, até por ser conhecedor das leis. Sou um cara vaidoso, mas as pessoas confundem um pouco porque eu sou peito aberto. Eu tenho prazer em botar a cara. Eu não estou preocupado com a avaliação externa. Sei que tentei fazer tudo certo, algumas coisas eu errei. A maturidade e o tempo de casa, mais o período sabático por ter saído em fevereiro. Contratei pessoas capazes. Sou vaidoso, mas sei trabalhar bem em equipe. Sou leal às pessoas que estão ao meu lado. Algumas coisas eu não faria questão por temperamento e caráter. Em 2015, chegaram a me chamar no canto e falar para mandar o Fernando Simone embora, jogaria na conta dele. Não poderia fazer isso. Ele era diretor remunerado, eu não. Ele tem mulher, família. Saiu da IBM para ser diretor da base do Fluminense. Eu trouxe ele para o profissional. Sabia que não era culpa dele o momento ruim. Se ele fizesse algo ilícito, eu tiraria. Não tenho medo de decidir. Eu não iria cortar a cabeça dele para sobreviver. Ele está num clube, o Campos, e fui eu quem o indiquei. Ele estava desempregado desde então, passando dificuldades. Recebi um e-mail agora falando que eu pelo menos botava a cara. Eu falava de tudo. A assessoria de imprensa me escalava porque falavam que eu era o único que enfrentava. Aprendi que preciso avaliar melhor às vezes, ter mais frieza. A campanha me ajudou muito nisso. Não quero sair das minhas características. Só cheguei aqui pelo jeito que sou. Inclusive na advocacia. Já recebi conselhos para ser mais blasé, mais contido. Eu não tenho advogado na família. Sou porque me fiz ser. Sempre conquistei as coisas na minha vida guerreando. Não consigo chegar aqui aos 38 anos e mudar meu estilo ousado, aguerrido, leal, contundente. Posso ter todos os defeitos do mundo, mas se eu combinar algo com você hoje, vou cumprir. Cometi erros. Por isso me sinto preparado. Aquilo me preparou. Se eu não tivesse passado pela vice-presidência, hoje não estaria preparado para concorrer. Pegaram foto da minha filha botaram em rede social, ameaçaram de sequestro, pegaram meu telefone, passaram para o Brasil inteiro… Eu me sinto cascudo e ao lado de outro cascudo, com mais experiência do que eu. A nossa decisão de estar junto foi zero vaidade. Não tenho como não parabenizar e enaltecer ainda mais o Ricardo. Tivemos uma reunião muito bonita. Ele falou: “cara, quero ajudar o Fluminense. Você tem 18 anos de clube. Nesse momento você tem de ser o candidato e eu o vice geral”. Partiu mais dele do que de mim. Com 55 anos de idade fazer essa proposta para um cara de 38. Não escondemos que já tivemos desavença no passado e isso nos fortaleceu muito. Voltamos a ser amigos em 2013, quando ele passou a ser vice-presidente de futebol. O presidente nos chamou para um almoço, falando que o Tenório seria o vice de futebol e nós não poderíamos estar brigados. Nós fomos almoçar em 24 de dezembro. Passamos de 14 às 21h, acabamos com o Natal. naquele dia nos unimos por causa do Fluminense. Combinamos que não poderíamos nos desunir por causa do Fluminense. Foi engraçado que almoçamos e jantamos junto. Falávamos: “Pô, não vou concorrer para você”. Não posso negar que sou emotivo, choro quando o Fluminense é campeão, fiz minha filha de seis anos ser apaixonada pelo Fluminense – contou.